São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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Especialistas debatem formas para diminuir o efeito estufa

Encontro discute soluções para aquecimento da Terra

DA REPORTAGEM LOCAL

Duas visões antagônicas para diminuir o efeito estufa foram apresentadas anteontem durante debate promovido pela Folha.
Efeito estufa é o aquecimento da superfície da Terra causado por gases que absorvem e não refletem o calor do sol na atmosfera, em particular o dióxido de carbono (CO2).
O CO2 passou a ter presença mais importante na atmosfera terrestre depois da Revolução Industrial, quando se iniciou a queima maciça de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão.
Participaram do debate Luiz Pinguelli Rosa, coordenador dos programas de pós-graduação em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Werner Zulauf, secretário do Verde e do Meio Ambiente de São Paulo, e o alemão Walter Kofler, presidente da Academia Internacional de Ciências.
A mediação do debate ficou a cargo de Rogério Cézar Cerqueira Leite, físico e integrante do Conselho Editorial da Folha.
Floram
Zulauf apresentou como solução para diminuir o efeito estufa o projeto Floram (Florestas e Ambiente), do qual é co-autor.
O Floram, idealizado em 1988 para ser a proposta brasileira na Eco-92 (a conferência da ONU sobre meio ambiente), só foi apresentado ano passado, na Finlândia.
O Floram prevê o plantio, no mundo todo, de 400 milhões de hectares de florestas econômicas em áreas degradadas.
A floresta econômica é aquela que pode ser aproveitada pela indústria.
Essas florestas, ao "respirar", retirariam o dióxido de carbono da atmosfera, diminuindo assim o excedente do efeito estufa.
A visão que se contrapõe ao Floram, ou apenas ao plantio de florestas, foi apresentada por Rosa, que acredita que para controlar o aquecimento excessivo da Terra é necessário um novo modelo energético que deixe de lado a queima de combustíveis fósseis.
Rosa receia que só o plantio sirva de álibi para não se fazer o controle da emissão de gases.
Na opinião de Kofler, o mundo não pode esperar mais 20 anos por soluções.
Para ele, o mundo está com pressa, e um projeto como o Floram, implantado internacionalmente, seria uma solução imediata para retardar o aquecimento da Terra.

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