São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996 |
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Mercado latino ganha seu Midem Evento seguirá modelo de Cannes CARLOS CALADO
O evento segue o modelo do tradicional Midem -espécie de feira internacional de negócios nas áreas de discos, edições e vídeos musicais, que se realiza há 31 anos, em Cannes, na França. "Há tempos temos presenciado o espetacular desenvolvimento da região latino-americana. A riqueza de repertório e o potencial desse mercado são enormes", afirma Xavier Roy, executivo-chefe da Reed Midem Organization, na circular que anuncia o evento. A participação brasileira está correspondendo às expectativas iniciais dos organizadores. "Já nos reunimos com mais de 50 empresas, entre selos e gravadoras", diz Geraldo Loewenberg, 73, que se auto-intitula "o homem do Midem no Brasil". Diretor-presidente da Alldisc, uma empresa internacional de licenciamento de fonogramas, Loewenberg afirma que cultiva há muitos anos o sonho de organizar um Midem no país. "O problema é a falta de estrutura. Tanto o Rio de Janeiro como São Paulo ainda não oferecem nada semelhante ao que existe em Cannes", diz, justificando a escolha de Miami, para a primeira edição do Midem latino. O que não impede, segundo Loewenberg, que o evento venha a se realizar em cidades latino-americanas, ou mesmo brasileiras, em anos futuros. Na opinião do representante brasileiro, o Midem tem um grande potencial para desenvolver mais ainda o mercado musical da América Latina. "Os brasileiros, em geral, vão ao Midem somente para comprar e não para vender. Isso é um erro", diz Loewenberg. Além da exibição dos produtos, como já se tornou hábito no Midem de Cannes, o evento latino promoverá também conferências e debates de temas relacionados com o mercado fonográfico. Abrir espaço para shows de artistas emergentes é outra tradição do evento. Vale lembrar que, nos anos 60, Elis Regina, Chico Buarque e a banda Mutantes foram alguns dos vários artistas que ativaram carreiras internacionais com apresentações no Midem. Se o evento estivesse marcado para a próxima semana, Lowenberg diz que convidaria Daniela Mercury e a banda Skank. "Acho que o trabalho deles ainda é pouco conhecido no resto da América Latina", justifica Loewenberg. Texto Anterior: Biografia prefere o folclore de Bispo do Rosario Próximo Texto: 'Bocage' e 'Estorvo' recebem verba Índice |
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