São Paulo, domingo, 1 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Superliga promete equilíbrio surpresa

Desafio é impedir o tricampeonato do Leites Nestlé

JOSÉ ALAN DIAS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Superliga feminina de vôlei começa hoje prometendo o que não se viu nas duas últimas edições: equilíbrio entre as equipes.
Boa parte desse equilíbrio pode ser atribuído ao ranking imposto pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), que limitou a participação de jogadoras da seleção nacional no mesmo time.
Pelo ranking, as jogadoras são pontuadas de um a sete. Cada equipe pode somar no máximo 30 pontos e só pode ter duas jogadoras com sete pontos.
O Leites Nestlé, atual bicampeão, aparece como o "inimigo a ser batido". Não é para menos: na última temporada foi campeão invicto, com 26 vitórias. Foi o "estopim" para o atual ranking.
Mesmo sendo obrigado a se desfazer da superatacante Ana Moser, a equipe é considerada individualmente a melhor da Superliga.
Conta com a levantadora Fernanda Venturini, a meio-de-rede Ana Flávia e atacante Karin Negrão, da seleção brasileira.
Trouxe ainda a alemã Susanne Lahme e a norte-americana Tara Cross-Batle, integrantes das seleções de seus países.
O J.C. Amaral, atual vice-campeão paulista, é zebra.
Pelo menos foi essa a opinião dos técnicos ouvidos pela Folha.
"Ninguém vai conseguir ser campeão invicto como o Leites Nestlé fez no ano passado. Nessa Superliga, vai levar vantagem o time que se estruturar primeiro", diz Cacá Bizzocchi, técnico do BCN, atual campeão paulista.
"Não somos favoritos. Tá todo mundo no mesmo bolo", afirma Sérgio Negrão, treinador do Leites Nestlé e marido de Karin.
"Os times de São Paulo saem na frente por estarem com suas equipes montadas há mais tempo. Mas podemos ficar entre as quatro primeiras", conta Cláudio Pinheiro, do MRV/Minas Tênis.
Igualdade
Se entre as equipes "grandes" o frenesi gira em torno do possível equilíbrio na disputa do título, as "nanicas" correm para não ficar nas últimas posições.
Esse grupo é formado por Bonja/Datasul, Tietê, Londrina/Ametur e Estrela do Oeste.
"Meu objetivo é ficar entre as oito", diz Farid Beraldo, do Londrina/Ametur, única mulher a treinar uma equipe no torneio.
Caso alcance essa posição, passa à segunda fase, em que se enfrentam as oito mais bem colocadas.
O maior lucro será, no entanto, assegurar vaga na próxima edição da Superliga.
As duas últimas na classificação terão que disputar uma seletiva se quiserem voltar ao grupo de elite.
"Quero dar experiência para minhas jogadoras", afirma Dagoberto Camargo, técnico do Tietê.
A Superliga marca o retorno das jogadoras Tina, do J.C. Amaral, e Ana Moser, do Mizuno/Uniban.
Ana Moser, que conquistou a medalha olímpica de bronze em Atlanta e disputou o Grand Prix, em setembro, teve que ser operada do joelho direito.
"Ainda estou fora de forma. Mas não tenho nenhum problema."
Tina sofreu um aneurisma cerebral em agosto. Foi operada e quase teve de encerrar a carreira.
"É um alívio estar treinando para jogar."

NA TV - Leites Nestlé x Blue Life/Pinheiros, às 16h15, na Record

Texto Anterior: Goiás arma retranca para conseguir vaga
Próximo Texto: OS TIMES
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.