São Paulo, domingo, 1 de dezembro de 1996
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Time de Mogi das Cruzes tem investimento de R$ 2 milhões

FÁBIO VICTOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Exceção no Campeonato Paulista de Basquete, o Report-Eroles/Mogi é um privilegiado no mundo de contrastes que caracteriza o esporte no país.
Com uma base formada por jogadores de nível de seleção e amparado financeiramente por grandes empresas, o clube investiu US$ 2 milhões no basquete para a temporada 96/97.
Esse valor é três vezes a média das outras equipes que disputam o campeonato.
O Report-Eroles/Mogi é resultado de uma parceria entre cinco grupos. Liderado pela Companhia Suzano de Papel e Celulose -responsável por cerca de 50% dos investimentos-, o pool reúne ainda a empresa rodoviária Eroles, Nike (material esportivo), Prefeitura de Mogi das Cruzes e o Clube de Campo da cidade.
A equipe terminou em primeiro lugar a primeira fase do Estadual e está disputando como uma das favoritas as semifinais dos playoffs. E os jogadores demonstram satisfação com o momento profissional vivido.
O armador Danilo afirma que os dirigentes cumpriram tudo o que prometeram e que os atletas não têm queixa alguma. "Está tudo perfeito", diz.
O pivô Pipoka reforça a lista de elogios, enfatizando o profissionalismo dos patrocinadores e a estrutura do clube: "É a melhor que já tive à minha disposição em 22 anos de basquete".
Nesse período, o jogador passou por sete equipes no Brasil, além de ter jogado nos EUA e em Porto Rico.
Mordomias
Os jogadores do Mogi viajam para as partidas em ônibus de luxo, com ar-condicionado, televisão, videocassete e geladeira. O veículo pertence à Eroles.
Treinam e fazem recreação nas instalações do Clube de Campo, equipado com quadras esportivas, piscina e sauna.
Fazem musculação e fisioterapia na Universidade de Mogi das Cruzes, uma das mais bem equipadas do país na área, com a qual a equipe tem um convênio.
O supervisor da equipe, Luiz Peruchi, ressalta a parceria entre as partes envolvidas no patrocínio como fator fundamental para o desempenho da equipe.
Limitando-se a afirmar que os salários pagos aos jogadores são "proporcionais ao desempenho do time", Peruchi afirma que o profissionalismo é a receita para um bom desempenho.
"Tentamos dar tudo que os atletas precisam para que isso reflita em suas atuações", explica o dirigente.
Segundo a Folha apurou em conversa com jogadores, os salários pagos variam entre R$ 3 mil e R$ 15 mil por mês.
Paulo Guerra, diretor da LKS, agência responsável pelo marketing da equipe, afirma que o retorno obtido em relação a exposição de imagem (espaço obtido pelo time na mídia) é bom.
"Mas ainda não está nos níveis desejados pelos patrocinadores", pondera.
(FV)

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