São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996 |
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Santos construirá o 1º navio-cassino do país
FAUSTO SIQUEIRA
O navio abrirá os salões de jogos somente após ultrapassadas as 12 milhas (22,2 km) de mar territorial brasileiro, já que os cassinos estão proibidos no país desde 1946. O projeto tem também finalidade turística. Os empresários acreditam que, com o apelo do cassino, crescerá o fluxo turístico nacional e internacional para Santos. "O importante é que o turista venha para a cidade e se hospede nos nossos hotéis", afirmou o empresário Anuar Assad David, coordenador do grupo e presidente da Associação dos Empresários de Hotéis e Turismo de Santos. O empreendimento tem duas alternativas de financiamento, informou David. Uma delas é o Eximbank dos EUA, que já aprovou o empréstimo, segundo o empresário. A concessão, porém, ainda depende da obtenção de uma fiança bancária pelos brasileiros. A outra possibilidade é um estaleiro europeu construir o navio e financiar diretamente o empreendimento. Nos dois casos, diz David, o prazo de pagamento seria de oito anos, com juros de 6% ao ano. A viabilidade técnica e econômica do projeto foi atestada por um estudo da International Commerce Corporation, dos EUA. O trabalho foi realizado neste ano e custou US$ 300 mil, segundo David. O prazo de construção será de oito meses, a partir de janeiro ou fevereiro, quando os empresários esperam ter concluído as negociações sobre o financiamento. Estrutura da embarcação A embarcação terá três pavimentos abertos aos visitantes, uma cobertura e capacidade para 1.600 passageiros e 490 tripulantes (veja quadro abaixo). O pavimento inferior abrigará as máquinas de jogo caça-níqueis. O intermediário reunirá os jogos de dados e roletas e o superior, as mesas de carteado. Em cada um haverá bar e lanchonete. A cobertura terá restaurante, pista de dança e um ambiente para espetáculos. Os pisos serão interligados por dois elevadores. O ingresso simples custará R$ 15 e garantirá somente o passeio turístico, sem direito aos jogos. O passeio vai durar sete horas. Para quem quiser retornar antes -ou ir ao navio após o horário da partida- haverá duas lanchas, com capacidade para até 50 pessoas, e um helicóptero. Como será destinado a lazer de curta duração, o navio não terá cabines-dormitório. David afirmou que, por operar com jogo somente além das 12 milhas de mar territorial, o projeto independe da aprovação do projeto de lei que legaliza o jogo no país. O projeto foi analisado por uma comissão na Câmara e atualmente tramita no Senado. "Para nós é indiferente. Se o jogo for liberado, poderemos também trabalhar com o navio atracado no cais", declarou David. Segundo ele, o navio deverá dispor de cinco pontos de atracação, em Santos e no Guarujá. David disse que, na área próxima a um dos pontos de atracação em Santos, poderá ser construído no futuro um shopping center. Texto Anterior: Souza Cruz terá maior fábrica do mundo Próximo Texto: Confira o projeto do navio-cassino Índice |
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