São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Comerciantes insatisfeitos

GABRIELA CUNHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em geral, os lojistas contatados pela reportagem estão insatisfeitos com o convênio. O guia contem, segundo o próprio STB (leia o texto abaixo), apenas 20%, ou seja, 3 mil dos 15 mil estabelecimentos conveniados no Brasil.
Mas os 12 mil que ficaram de fora pagaram os mesmos R$ 30 de taxa anual de adesão dos que estão incluídos.
Exemplo disso é o Cherry Cabeleireiros, do Continental Shopping. Única loja das 39 pesquisadas a exibir na vitrine o adesivo do convênio, o Cherry nunca figurou no guia de descontos.
Inconformada com o tratamento diferenciado e com o baixo retorno, a proprietária do cabeleireiro decidiu abandonar a rede Isic.
A falta de retorno financeiro é uma das das principais causas da insatisfação dos lojistas. O aumento de vendas, interesse que motiva as lojas a estabelecer o convênio, acaba não ocorrendo. Seja por causa da falta de informação dos funcionários da própria loja ou da não-utilização do adesivo do convênio na vitrine -uma forma de atrair o consumidor.
A desinformação, aliás, parece ser assustadoramente comum nas lojas de São Paulo. Pelo telefone, a maioria dos vendedores afirma não conceder o desconto.
Este quadro muda quando se questiona os funcionários pessoalmente: ao verificar o assunto com mais calma, alguns descobrem que o estabelecimento realmente concede desconto para os portadores da carteira mundial. Foi o caso do fast food Bob's, no Shopping Morumbi, e do Ocean Drive Roller Skate, no Shopping Eldorado.
Muitas lojas estão se desligando da rede Isic. Durante esta pesquisa, encontrei pelo menos um caso de desligamento efetivo (o do Cherry) e vários de desligamento requerido, mas não-efetuado.
"Quem veio aqui esse ano com o livrinho ganhou desconto, mas meu nome já era para ter saído daí", disse Daniel Miltzman, proprietário de uma loja franqueada do King Donuts. Por não ter o retorno esperado em 94, resolveu sair do guia.
O caso de Marcelo da Costa Melo, do Fry-Chicken, é ainda mais peculiar. Segundo ele, sua loja nunca assinou contrato com a carteira mundial: "Não veio ninguém dessa UNE por aqui".
O fato é que, seja por falha da UNE, que não consegue prestar com qualidade o serviço que promete, ou de lojas que não mantêm seus funcionários a par do convênio, quem sai perdendo é o estudante.
(GC)

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