São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Viper sai em versão portuguesa

FABIO DÉCIO CHACUR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Em seu quinto CD, "Tem Pra Todo Mundo", o Viper mergulha na língua pátria. Das 12 faixas, 10 são em português, fato inédito na carreira do quarteto paulistano. As letras de todos os CDs anteriores são em inglês.
"Surgiram algumas opiniões negativas antes mesmo de o pessoal ouvir o disco, é muita mediocridade", lamenta o guitarrista Yves Passarell, 27.
"Mudar é sempre complicado, vai ter gente que não vai entender, vai nos acusar de oportunismo, mas paciência, você não pode ter medo de pôr a cara para bater."
Tudo começou nas primeiras férias da banda, que rolaram de dezembro de 95 a março de 96. "Quando nos reunimos de novo, vimos que não queríamos nos repetir e, por coincidência, eu, o Pit e o Felipe tínhamos escrito músicas em português", comenta Yves.
O passo seguinte foi convidar o produtor Mayrton Bahia, conhecido pelos trabalhos com o Legião Urbana. "Ele comprou a idéia desde o começo, nos ajudou a dar ênfase às letras." A banda se valeu do mesmo estúdio utilizado por Renato Russo para gravar o CD Tempestade, e Dado Villa-Lobos, amigo e guitarrista do Legião, participou dos vocais de "Dinheiro".
A conexão não termina aí. "Queríamos regravar uma música de uma banda nacional, e o Mayrton sugeriu que fizéssemos 'Mais do Mesmo', que ele dizia ser a música favorita do Renato Russo", relembra Yves.
A banda tentou levar uma fita com essa regravação para o cantor, mas ele já estava muito doente. "Queremos fazer o disco rolar legal por aqui, mandar ver. Não dava mais para ficar falando de sucesso no Japão e na Europa a cada novo trabalho. É um mercado importante, mas precisamos conquistar o público brasileiro".

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