São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Estande tem filas de mais de uma hora

LUIZ ANTÔNIO RYFF
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma espera de mais de uma hora debaixo de chuva para entrar no shopping Close Up Planet atestou o sucesso do estande de realidade virtual montado especialmente para o festival.
No início dos shows havia tanta gente na fila do shopping quanto em frente ao palco.
O espaço foi ocupado por várias atrações, entre os quais computadores conectados à Internet e barracas que vendiam artesanato hippie ou discos.
O público que visitou o shopping preferiu a tecnologia ao misticismo. A "Feira Mística" não conseguiu atrair muito público. O preço das consultas foi o principal problema. A consulta custava R$ 20.
"A maioria das pessoas pensa que é de graça", afirmou a cartomante Tamara Pugliesi, 37.
Para brincar nas dez máquinas de realidade virtual a entrada era grátis. Mas para jogar poucos minutos em qualquer um dos brinquedos era preciso enfrentar nova fila dentro do shopping.
Antes do show, até o vocalista Clemente, 33, dos Inocentes, aproveitou para se divertir no "cyberpak" -um resgate em uma estação espacial baseado na série "Alien, o Oitavo Passageiro".
"Me senti um assassino serial. É legal matar gente", riu após o jogo. "Estava acostumado só com o Mario Bros da minha filha. Agora entendi porque essa garotada é viciada nisso."
Uma das barracas que conseguiram dividir a atenção do público foi a Ultra Hemp Wear, que vendia tênis, camisas, calças, bolsas e bonés feitos com cânhamo.
O estudante Alexandre de Oliveira enfrentou 40 minutos de fila para ver as roupas feitas com a fibra da maconha e o show do Bad Religion. A chance de ver os Sex Pistols não o animou. "Eles não são do meu tempo", disse.
Mas parte do público preferiu fazer piercing (perfurações no corpo para colocação de brincos).
Como a estudante Gabriela Cristina Slaviero, 18, que resolveu fazer um piercing no umbigo.
Ela garantiu que não sentiu dor e que não se preocupa com reações adversas.
"Meus pais não ligam. Quando eu fiz uma tatuagem eles até pagaram para mim."
(LAR)

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