São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996 |
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Imigrante fez a própria história
ISABELLE SOMMA
Sáfady, hoje com 84 anos, teve de apanhar para sair da pequena Zahlé, no Líbano. No dia do embarque para o Brasil, fugiu de casa, mas foi "resgatado pelo pai". Tinha apenas 12 anos. "Meu pai dizia: eu tirei vocês do Líbano porque lá não havia campo de trabalho." Assim, Sáfady formou-se em cursos tão variados como odontologia e história, especializando-se em imigração árabe. Foi um dos precursores, ao lado de seu irmão Jamil, do curso de língua árabe que originou o Departamento de Línguas Orientais da Universidade de São Paulo. Cortina preta Mas quem mais sofreu com a mudança foi sua mãe. "Minha mãe via uma cortina preta quando se falava de América." Poucos meses depois de chegar ao Brasil, o pai de Sáfady e um irmão morreram. Por teimosia, sua mãe jamais aprendeu português. O historiador casou-se com uma brasileira descendente de italianos e se naturalizou brasileiro. "Naquela época era exceção casar com moças fora da colônia." Para Sáfady, a adaptação nunca foi problema, dada a semelhança entre árabes e brasileiros. (IS) Texto Anterior: Nova geração quer proximidade Próximo Texto: História do Líbano Índice |
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