São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Turista tem mala revirada no aeroporto

XICO SÁ
DO ENVIADO ESPECIAL AO LÍBANO

Logo na chegada ao aeroporto de Beirute, o visitante pode se sentir um "dublê" de um perigoso terrorista, inimigo número um da nação ou traficante internacional.
Não há tempo nem sequer para se distrair olhando as telas dos computadores em escrita árabe, nos quais são registrados os números dos passaportes estrangeiros.
Vem logo um pesado serviço de espionagem para checar o que você carrega na mala ou nos bolsos.
Alguns se livram da "batida", mas a maioria tem a sua bagagem posta pelo avesso.
Soldados do Exército, responsáveis pela maioria das atividades no aeroporto, chegam a conferir cada peça das suas roupas.
Perde-se, com esse cuidado libanês, pelo menos uma hora. E não adianta reclamação.
Melhor ter paciência, procurar se distrair e entender que acaba de chegar a um país atormentado por muitos conflitos na sua história recente.
Ruas e estradas
Com homens dos Exércitos libanês e sírio espalhados por todas as ruas e estradas do país, o visitante também pode ser interpelado nas suas andanças.
Nada demorado. Basta apenas a exibição do passaporte. A viagem tem continuidade sem problemas.
Caso esteja rodando o país a bordo de ônibus ou carros típicos de excursões turísticas, a situação melhora. Dessa forma, dificilmente o viajante é interrompido.
O número de soldados e a forte presença dos dois Exércitos se ampliam nas proximidades das fronteiras do país.
Em direção ao sul, rumo a Israel, onde os judeus ocupam uma faixa de terra libanesa, o clima é mais pesado, e, em consequência, a vigilância aumenta.
Hizbollah
O turista familiarizado com o noticiário internacional pode chegar ao Líbano também preocupado com as ações da guerrilha fundamentalista islâmica Hizbollah.
Essa preocupação, no entanto, deve ser esquecida. Não há registro de violência contra visitantes que entram legalmente no país.
O Ministério do Turismo do Líbano destaca, nas suas publicações e publicidade para atrair pessoas de todo o mundo, que o país vive um clima de tranquilidade desde 1990, com o início do processo de paz no Oriente Médio.
A obsessão libanesa, segundo o ministério, é a reconstrução. Tanto da infra-estrutura como das instituições públicas.
Para evitar alguns incômodos e muita perda de tempo, é interessante que o turista faça o seu giro pelo Líbano com dinheiro vivo no bolso.Os cartões de crédito ainda enfrentam uma certa resistência.
Cartões
Nos locais que aceitam os cartões, o sistema de "checagem" (conferir se o cliente dispõe de saldo para as compras) costuma ser muito lento a ponto de impacientar qualquer um.
O comércio, restaurantes, casas noturnas, táxis e a rede hoteleira aceitam o dólar americano, desobrigando o serviço de câmbio.
Clima
Ao fazer as malas, o viajante não precisa se preocupar com problemas de temperatura no Líbano.
O país tem um clima mediterrâneo. Isso significa outonos e invernos tranquilos e amenos (21 de setembro a 20 de março). Na primavera e verão -de 21 de março a 20 de setembro-, os libaneses também não enfrentam problemas, com temperaturas médias entre 17 e 30 graus centígrados.

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