São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996 |
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'Inteligência' da Receita investiga Falk DENISE CHRISPIM MARIN DENISE CHRISPIM MARIN; CARI RODRIGUES
A Receita Federal no Rio iniciou neste ano as investigações sobre as supostas fraudes cambiais que envolvem a corretora Interunion, do grupo controlado pelo empresário Artur Falk. Se confirmadas as suspeitas, Falk e as demais pessoas envolvidas no caso poderão ser responsabilizadas por omissão de receita e responder à Justiça por crime contra a ordem tributária (sonegação). As investigações estão a cargo do serviço de "inteligência" da Receita, criado no início de 96. O trabalho não se limita ao rastreamento das cerca de 500 operações supostamente fictícias conduzidas pela Interunion entre 89 e 90 e às atividades de Falk desde essa época. A Receita vasculha as pessoas envolvidas com as 12 empresas "fantasmas" criadas para intermediar as supostas fraudes. Também estão sob investigação os 18 bancos e 11 corretoras que teriam se valido de operações semelhantes. A corretora foi multada pelo Banco Central por simular operações de importação para comprar dólares no câmbio comercial e revendê-los pelo câmbio paralelo, que mantinha a cotação mais alta. Para tanto, teria se valido das empresas "fantasmas", que pediam guias de importação aos órgãos oficiais. Com a papelada na mão, a corretora podia solicitar a compra de dólares pelo câmbio comercial ao Banco Central. O advogado do Grupo Interunion, José Carlos Fragoso, disse ontem que a notícia-crime que será encaminhada ao Ministério Público contra o BC vai enquadrar o autor do vazamento no artigo 325 do Código Penal. Esse artigo, segundo ele, prevê pena de detenção de seis meses a dois anos e trata da quebra de sigilo funcional. O processo ainda está em elaboração e deve ser entregue ao Ministério Público em Brasília amanhã ou quinta, disse Fragoso. No domingo, a assessoria do Interunion prometera a entrega para ontem. Segundo Fragoso, o Ministério Público deverá apontar quem foi o primeiro funcionário do BC a vazar as informações. O BC alega que o processo não está sujeito a sigilo bancário. Fragoso afirmou que essa é uma forma de "defesa desesperada". Até o fechamento desta edição, a assessoria de imprensa do BC não tinha se pronunciado. Texto Anterior: Consumidor começa a quitar suas dívidas Próximo Texto: Dólar projeta desvalorização de 0,69% Índice |
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