São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996 |
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Cartão facilita negociação de empresas
FÁTIMA FERNANDES
A busca pela eliminação de papéis e outras burocracias no processo de compra e venda leva empresas a adotar o cartão como forma de pagamento de materiais. A Alcan, em parceria com o Bradesco Visa, por exemplo, está há poucos meses pagando alguns dos seus fornecedores -já são 400 cadastrados- com cartão. Até o momento, essa forma de pagamento é utilizada para compra de materiais não estratégicos, ou seja, produtos para escritório e manutenção, além de serviços. Mas é a compra desses artigos que toma boa parte do tempo dos compradores e exige uma série de procedimentos burocráticos -tais como emissão de ordem de compra e de retorno da mercadoria, registro de nota fiscal etc. "Esse processo para aquisição de produtos de baixo valor -até R$ 500- ocupa 70% do trabalho do pessoal de compras e de contas a pagar", diz Alcemiro Pompeo Jr., assessor financeiro da Alcan. No levantamento da Alcan, cada processo de compra chega a custar para a empresa R$ 147, sem importar o valor dela. Essas compras, excluindo as de matérias-primas, somam hoje US$ 15 milhões. Ao pagar com cartão, a economia da empresa no processo de aquisição é de US$ 700 mil anuais. A Alcan quer ter cadastrados de 800 a 1.000 fornecedores em mais um ano e expandir o uso do cartão para a compra também de matérias-primas. "As grandes vantagens são corte nos custos, facilidade para controlar gastos e pagamento das contas de uma só vez. Os fornecedores já eliminam o risco do crédito." A Dow Química segue o caminho da Alcan. Também quer utilizar o cartão para pagar mercadorias. Para isso, já estuda propostas da Credicard e da American Express. "Vamos fechar contrato em três semanas com a empresa que apresentar o maior número de fornecedores cadastrados, melhores condições e serviços", afirma Paulo Homem de Mello Gomes, gerente de compras de bens de capital e manutenção da Dow. Assim como a Alcan, a Dow quer cortar custos nas compras de materiais -operação que chega a ocupar de 40% a 60% do tempo dos compradores. "Vamos ter até que mudar legislação interna da empresa que obriga qualquer compra a ser efetuada pelo departamento de compras." Mello Gomes diz que a estratégia é que os produtos não padronizados sejam adquiridos pelos departamentos que deles necessitem. Texto Anterior: Investimento deve crescer Próximo Texto: Credicard quer liderar mercado Índice |
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