São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
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'Fiz o melhor', afirma acusado

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

Preso na cadeia pública de São Bernardo, Geovan Joaquim da Silva disse que levou o garoto da casa de seus pais porque teve pena dele.
"Deivyson sempre me contava que apanhava em casa, me mostrava marcas de cinta", disse.
Ele afirmou que seu suposto cúmplice, Amarildo Batista Fernandes, não tem envolvimento com o caso. "Ele pensava que o garoto era meu filho", disse.
Ontem de manhã, Silva e Fernandes foram espancados na cela.
*
Agência Folha - Como você conheceu o garoto?
Geovan Joaquim da Silva - Eu trabalhava perto da casa dele. A gente se encontrava sempre, e acabei ficando amigo do garoto.
Agência Folha - Qual o motivo do sequestro?
Silva - Não sequestrei ele. Ele pediu que tirasse ele de casa, e fiquei com pena. Então fugimos.
Agência Folha - Deivyson era proibido de sair da chácara?
Silva - De jeito nenhum. Ele podia fazer o que quisesse, mas gostava de mim e então ficava.
Agência Folha - Você batia nele?
Silva - De vez em quando eu batia um pouco, como um pai bate em um filho que faz coisa errada. Mas era de leve.
Agência Folha - Ele nunca falava da mãe ou pedia para ir embora?
Silva - Nunca disse nada.
Agência Folha - Você está arrependido do que fez?
Silva - Não. Sempre soube que poderia ser acusado de sequestro, mas acho que fiz o melhor para ele.

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