São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Não param de falar de trabalho

DA REPORTAGEM LOCAL

Mulher que só fala de trabalho -mesmo depois do expediente- acaba com o humor (e com as fantasias) de alguns homens.
"Não há romance que resista a esse bombardeio racional", diz o ator Carlos Landucci, 35, que já passou por isso.
Ele diz que, além de tudo, toda workaholic (viciada em trabalho) tem seus ídolos.
"São aqueles caras que ela admira profissionalmente, e de quem a gente tem que ouvir falar."
Na época em que namorou com uma moça assim, Landucci tentou mudar de assunto. "Sugeri que fizéssemos uma viagem de passeio."
Ele diz que funcionou. "Ela estava estressada, coitada, foi bom."
Mal resolvida
Para o financista Gilson Batista, 30, mulher que conversa o tempo todo sobre trabalho tem algum problema mal resolvido.
"As travadas na cama, por exemplo, que não gostam de sexo, preferem falar de trabalho do que pensar no assunto", acredita.
Apesar de tentar entender, Batista não perdoa quem age assim.
"Imagina se eu chamo uma mulher para sair e passo o tempo todo falando de mercado de capitais", compara. "Que fantasia a coitada vai poder fazer comigo?"
Batista diz que recentemente convidou uma colega de trabalho para sair e ela "abusou".
"A mulher só falava de aplicações, investimentos, juros, poupança, uma desgraça", lembra.
Ele diz que naquele caso era um problema de timidez.
"Muita gente tem pudor de olhar nos olhos e preenche essa lacuna falando de outra coisa."

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