São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996 |
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Fura-Fila foi rejeitado por governo em 93
JOÃO BATISTA NATALI
Mas a Secretaria de Transportes Metropolitanos o considerou inviável para trajetos urbanos. Segundo os técnicos, o veículo apenas seria economicamente viável se corresse por canaletas construídas junto aos trilhos de uma estrada-de-ferro já desativada ou de pouco movimento. Com base nesse critério, chegou a ser feito um estudo preliminar para a instalação do "Fura-Fila" entre Jurubatuba e Parelheiros, na zona sul de São Paulo. Entre aquelas duas localidades, existem trilhos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). O trecho, de pouco menos de oito quilômetros, permitiria que os veículos servissem bairros como Cidade Dutra e Grajaú. A idéia de estudar o projeto partiu da Mercedes-Benz, o mesmo fabricante do "Spurbus" instalado na cidade alemã de Essen, e que serviu de modelo para o horário eleitoral de Pitta. A diferença estaria apenas num detalhe: em lugar de utilizar tração elétrica enquanto nas canaletas e motor diesel em perímetro urbano, o "Fura-Fila" do governo do Estado utilizaria apenas o diesel. Para aquele trecho na zona sul, chegou a ser encomendado um estudo sobre o custo das obras necessárias ao novo VLP (Veículo Leve sobre Pneus). O estudo foi feito por uma empresa com sede em Salvador, a Concic. A Mercedes-Benz convidou um grupo da Secretaria dos Transportes Metropolitanos para conhecer seu "Spurbus", em Essen. Mas as negociações foram interrompidas, apesar de ofertas oficiosas de créditos subsidiados para a importação de equipamento. Na época, a Mercedes argumentou que o veículo poderia também ocupar grandes corredores urbanos, e não só um trecho periférico de um trajeto de passageiros. A tese foi descartada em nome do seguinte critério técnico: para um fluxo acima de 20 mil passageiros/hora, no mesmo sentido, só o metrô ou uma versão sua mais leve (vagões de 30 passageiros) daria conta do transporte. Quando o "Fura-Fila" foi oferecido ao governo do Estado, era governador Luiz Antônio Fleury Filho, hoje no PTB, e secretário dos Transportes Metropolitanos o deputado Aloysio Nunes Ferreira Filho (PMDB-SP). Ambos, procurados pela Folha, confirmaram o episódio. Texto Anterior: Lojas abrem hoje para compras de Natal Próximo Texto: Secretário pretende pavimentar periferia Índice |
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