São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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ONGs distribuem 'manual do bom prefeito'

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Uma espécie de "manual do bom prefeito", com uma série de propostas abrangendo 20 áreas, está sendo distribuído em todo o país pela Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais).
Os destinatários são vereadores e prefeitos eleitos, lideranças comunitárias e sociedade civil.
O "manual" aborda áreas como agricultura, emprego e renda, orçamento, educação, segurança pública e transporte, entre outras.
A implantação de passagens gratuitas, em domingos ou feriados, todo mês, para usuários de baixa renda e a abertura de licitações públicas para micro e pequenas empresas são duas das propostas.
Para enfrentar a violência e a criminalidade, sugere-se o combate aos pequenos delitos e a adoção de medidas que melhorem a iluminação pública, a coleta de lixo e conservação dos espaços de lazer.
O "manual" também defende o combate à "pilantropia" (que, no jargão das ONGs, significa pilantragem travestida de filantropia) e o apoio aos assentamentos dos sem-terra.
"As propostas servem para qualquer prefeito, independente de partido ou ideologia", disse o sociólogo Vando Nogueira, diretor-executivo da Abong.
O médico sanitarista Paulo Santana, 41, prefeito eleito (pelo PT) de Camaragibe (região metropolitana de Recife), disse que a experiência de trabalho das ONGs "é muito valiosa" para um prefeito.
Durante cinco anos ele foi coordenador de uma ONG de saúde na periferia de Recife (PE). Disse que ao ser nomeado secretário de saúde de Camaragibe (onde ficou até este ano), implantou o que havia vivenciado na ONG.
"Camaragibe acabou tornando-se uma referência nacional na área de saúde, segundo o próprio Ministério da Saúde", afirmou.
O sociólogo Nogueira ressalva que o "manual" é um "conjunto de sugestões fruto da experiência das ONGs de todo o Brasil".
O "manual" foi publicado numa edição especial do "Jornal da Abong" (entidade que congrega 240 ONGs do país), com uma tiragem de 50 mil exemplares.
As propostas mostram preocupação das ONGs com a eficiência das administrações -conceito utilizado por alguns vitoriosos nas últimas eleições, como o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPB), e do Rio de Janeiro, César Maia (PFL), que conseguiram eleger seus sucessores.

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