São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996 |
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'Arsenal' ataca pontos fracos masculinos
JAIRO BOUER
Diminuição da massa muscular, ossos mais fracos (osteoporose), deposição de gordura no corpo, fraqueza e perda do desejo sexual são os principais alvos. No entanto, a reposição hormonal em homens ainda enfrenta barreiras como os efeitos colaterais provocados por alguns desses hormônios e a falta de trabalhos científicos que provem seus benefícios a longo prazo. O GH (hormônio de crescimento), a testosterona (hormônio masculino), o DHEA (precursor de hormônios sexuais) e até a desacreditada melatonina (hormônio do sono) são algumas das alternativas oferecidas pela medicina. O hormônio de crescimento (GH) é um dos recursos mais potentes. Ele existe em altos níveis em crianças e adolescentes e tem sua produção diminuída com a idade. Às vezes, atinge valores indetectáveis em idosos. O GH faz músculos crescerem, diminui a gordura do organismo, melhora a qualidade dos ossos e deixa a pessoa mais forte. Segundo Maria do Carmo Sitta, do serviço de geriatria do Hospital das Clínicas da USP, a melhor indicação para o hormônio são as pessoas que envelhecem e perdem massa muscular muito rápido. O problema é que o GH pode desencadear retenção de líquido no organismo, o que pode ser trágico para um idoso com problemas cardíacos ou hipertensão arterial. O GH ainda pode causar diabetes e provocar dores pelo crescimento dos ossos. Há também a suspeita de que ele possa induzir o aparecimento de alguns tipos de câncer. O custo e a aplicação atrapalham -ele deve ser aplicado todo dia e só existe em forma injetável, ao custo de R$ 1.500 ao mês. Testosterona A testosterona é outro hormônio que pode ter sua produção diminuída com a idade. A reposição pode ser feita com comprimidos, adesivos (patches) ou injeções. Maria do Carmo alerta que essa reposição só é indicada para homens que tenham níveis de testosterona realmente baixos -segundo ela, 5% a 10% dos idosos. Além disso, a testosterona pode induzir o crescimento da próstata e o aparecimento de câncer nessa glândula. Alguns laboratórios já trabalham com o desenvolvimento da testosterona associada a uma substância que bloquearia sua ação sobre a próstata. Tanto o uso do GH como o da testosterona, por todos os riscos envolvidos, requerem um acompanhamento médico rigoroso. Texto Anterior: Vida saudável é recomendação Próximo Texto: DHEA é nova 'febre' nos EUA Índice |
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