São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Governo deixou de lado o "fator China"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao iniciar a abertura comercial, o governo imaginou a quebradeira de setores menos competitivos com a inundação do mercado pelos importados. Mas admite que não previu o "fator China" nem a lentidão nas reformas.
"Não havia expectativa de importação de tanto produto chinês e a preço tão baixo", afirmou Antônio Sérgio Martins Mello, secretário de Política Industrial do MICT, hoje comandado pelo ministro Francisco Dornelles.
"A presença desses produtos teve influência violenta, especialmente nos segmentos de bicicletas, brinquedos, louças e porcelanas, fios têxteis artificiais e lápis."
Pelo menos três desses setores -brinquedos, lápis e fios têxteis- já foram beneficiados com medidas de proteção comercial.
Técnicos do governo observam também que a abertura deveria vir acompanhada pela redução da tributação sobre investimentos e exportações e dos custos portuários.
Parte disso, como a desoneração dos exportadores do ICMS, avançou. As operações dos portos continuam sob o comando do Estado.
Existe ainda outro culpado pela crise enfrentada por parte da indústria, segundo Martins Mello. Trata-se da globalização.
Segundo estudos de consultorias privadas, 30% da indústria nacional de autopeças deve sucumbir por causa da globalização.
Mesmo com esse cenário, o governo não quer marchar contra essa tendência.
Prefere investir em uma política industrial voltada para a diferenciação do produto nacional.
A Folha tentou ouvir o presidente do BNDES, Luiz Carlos Mendonça de Barros, que não atendeu.

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