São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Zona sul é nova 'área do desejo' em BH

MAURO TEIXEIRA
EDITOR DE IMÓVEIS

A indústria imobiliária de Belo Horizonte aposta suas fichas na zona sul da cidade, mais precisamente na divisa com o município de Nova Lima. O bairro Belvedere deve receber um considerável investimento das maiores construtoras mineiras nos próximos anos.
A nova área explorada pelas empresas fica ao lado de uma região residencial de casas alto padrão e vai circundar todo o BH Shopping, o mais famoso de Belo Horizonte.
Vários fatores transformaram a área descampada próxima ao shopping em um verdadeiro canteiro de obras. O principal deles é o preço dos terrenos.
O m2 no Belvedere está estimado em R$ 400. No bairro de Lourdes, também de alto padrão, o m2 chega a R$ 1.200.
Outro atrativo é o fácil acesso ao centro da cidade, ao qual o bairro é ligado por três importantes vias de acesso. Além disso, o local oferece uma paisagem belíssima e "montanhosamente" mineira.
Polêmica
O novo "boom", como costuma acontecer nas grandes cidades, nasceu em meio a protestos dos antigos moradores do Belvedere.
Quando a construtora Patrimar lançou o luxuoso edifício residencial Chateau Chambery, há quase dois anos, os moradores foram à prefeitura reclamar, pois a obra feria a lei de zoneamento do bairro.
Foi então costurado um acordo em que a prefeitura diminuiu o coeficiente de construção da região para 1,5 (em bairros mais tradicionais, como Lourdes e Funcionários, é permitida a construção de área correspondente a até 4,5 vezes a área do terreno).
Além disso, a construtora cedeu à prefeitura um terreno de 22 mil m2, que será transformado em uma praça. "O acordo foi bom para todos", disse Alexandre Veiga, diretor da Patrimar.
Padrão
Outro ponto importante acertado com a prefeitura é que o Belvedere só poderá abrigar apartamentos com área mínima de 135 m2.
O objetivo, segundo os protagonistas do acordo, é preservar a qualidade de vida e o padrão do bairro, graças a uma baixa taxa de ocupação e imóveis com preço mínimo de R$ 200 mil.
Como resultado, as principais construtoras mineiras -Líder, GL, Castor, Alicerce e Arco, entre outras- já lançaram edifícios residenciais e transformaram a área em um grande canteiro de obras.
Apesar da presença marcante do BH Shopping, algumas empresas também lançaram empreendimentos comerciais na região. E com sucesso. A GL Engenharia e a Patrimar, por exemplo, comercializaram rapidamente quase a totalidade de seus edifícios de salas e lojas, ao lado do shopping.

Texto Anterior: Facilidades atraem as empresas a loteamento
Próximo Texto: Crescem vendas de comerciais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.