São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996
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Trama faz Lucélia chegar a 100 kg

DA REPORTAGEM LOCAL

Lucélia Santos, 38, está se preparando para engordar sem parar. Em "Dona Anja", a atriz desconta suas frustrações amorosas na comida.
Após a morte de seu marido, o coronel Quineu (Jonas Mello), a viúva fica deprimida e começa a comer bombons desenfreadamente.
"Em algumas cenas, vou usar enchimentos e, em outras, vou precisar de uma dublê de corpo", diz. Esse diferencial serviu de estímulo para Lucélia aceitar o papel da protagonista.
Além do dublê de corpo, que ainda não foi escolhido, Roberto Talma, diretor da novela, vai usar também efeitos de computação gráfica para fazer a atriz parecer mais gorda -cerca de cem quilos-, o que deve acontecer por volta do capítulo cem.
"Acho que esse personagem vai me ajudar a resgatar meu trabalho como atriz de TV. Dificilmente me entusiasmo por ter um referencial de sucesso muito elevado", diz Lucélia, referindo-se à "Escrava Isaura", o fenômeno da teledramaturgia brasileira exibido em mais de 80 países.
"A história de 'Dona Anja' é permeada por muito sexo, talvez por se passar nos anos 70, quando as pessoas tinham muito mais liberdade para transar. Ninguém falava em Aids", afirma.
Para Talma, a nudez da trama não é grotesca. "Os momentos de sexo na novela são poéticos. E também se você coloca uma mulher nua, dependendo da forma como você enquadra, é o que vai diferenciar alhos de bugalhos", afirma o diretor.
Os primeiros capítulos de "Dona Anja" foram gravados na fazenda Estância da Figueira, em Camaquã, no interior do Rio Grande do Sul. No casarão foram gravadas cenas do coronel transando com Anja e também com duas prostitutas (as modelos gaúchas Camila Azambuja, 19, e Luciana Van Teffelen, 23).
Segundo a atriz, a novela segue a linha de "Saramandaia", exibida na Globo, em 1976. "A história será recheada de absurdos. Queremos fugir do ramerrame, do tom melodramático."
Lucélia não encara a faixa das 22h como um empecilho para a conquista da audiência. "Quando a história é boa, o público muda seus hábitos. Na época de 'Escrava Isaura', por exemplo, os taxistas deixavam de rodar para poder assistir", diz.

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