São Paulo, segunda-feira, 9 de dezembro de 1996
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Camisas desfilam fora dos gramados

XICO SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

As camisetas nacionais e estrangeiras de futebol deixaram o gramado e viraram moda de rua, equipamento fashion para pista de dança e até roupa de trabalho.
Para dançar, os uniformes da Liga Japonesa estão entre os mais procurados. As camisas brilham, com suas cores berrantes -muito verde-limão, que é para relembrar a era new wave.
No trabalho, o office-boy ou o operador de máquina prefere as nacionais, de custo mais leve e usada como moda engajada -a elegância alvinegra do Corinthians domina essa cena.
As estrangeiras são vistas nas portas de escolas de classe média ou no lazer noturno de homens e mulheres de todas as idades.
Vestir camisa de futebol fora do campo é uma tendência globalizada, que nasceu nos grandes concertos de música pop.
Os rapazes do grupo Oasis, por exemplo, desfilam com a camiseta do Manchester City. Em Amsterdã e Londres, aliás, a camisa da seleção brasileira reina entre os jovens.
Em São Paulo, os uniformes ingleses mais cobiçados são os do Manchester, Liverpool, Newcastle e Middlesbrough, o time de Juninho (ex-São Paulo).
Os times da Inglaterra, assim como outros da Europa, têm atrativo especial. Eles usam dois uniformes tradicionais e um terceiro que muda em quase todas as temporadas.
Nesta terceira camisa, inventa-se de tudo, em desobediência às cores tradicionais do clube.
O Manchester United (vermelho, no original) usou em temporadas passadas uma camiseta toda preta, hoje objeto de desejo entre os colecionadores brasileiros.
Elegantes, de colarinho clássico -com botão-, as camisas inglesas são usadas até em ocasiões classificadas como mais "sociais".
O pior do mundo
No planeta das mais difíceis e menos óbvias, a camiseta rubronegra do Íbis, time pernambucano considerado no folclore do futebol como "o pior do mundo", é uma das mais perseguidas.
Essa camiseta é fabricada em São Paulo, pela Spert, uma grife que reina no mercado da segunda e terceira divisão dos times do futebol brasileiro.
O Íbis (nome de um pássaro egípcio) tem dois fã-clubes internacionais, um em Lisboa e outro em Amsterdã, terra do Ajax, considerado o melhor do mundo.
Na linha "cheguei", existem outras duas boas opções: o Madureira (Rio), com as suas listas vermelhas, azuis e amarelas, e o Sampaio Correia, de São Luís, que apresenta um estilo jamaicano, em cores verde, vermelho e amarelo.

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