São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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Pesadelo tucano; Pura maldade; Apostando na confusão; Ajuda desinteressada; Fio da navalha; Discurso otimista; Luta livre; Sabatina ministerial; Fora da fritura; Escalada da violência; Visitante incômodo; Agora é moda; Aposta pepebista; Torcida malufista; Em cima da hora; Dança das cadeiras

Pesadelo tucano
Embora torça por uma solução rápida, o Planalto está convencido de que o processo Pedrinho Abrão (PTB-GO) se arrastará pelo menos até fevereiro. A suspeita é de que ainda há coisas debaixo do tapete por aparecer.

Pura maldade
Os governistas dizem querer resolver o caso Abrão rapidamente para não atrapalhar as votações. A oposição acha que a pressa é para evitar o surgimento de novas denúncias, que atrapalhariam a reeleição.

Apostando na confusão
Para evitar a perda do mandato, Abrão pretende levar seu caso à Justiça comum, onde aposta na fragilidade das provas.

Ajuda desinteressada
Queimado com a notícia de que extratos bancários de seus deputados circulam no Planalto, o PPB de Maluf pensa em engordar o coro dos que vão exigir provas concretas para tirar o mandato de Pedrinho Abrão.

Fio da navalha
Acusado por alguns ministros de haver exposto FHC, ao lhe comunicar a denúncia de corrupção no Orçamento, Krause (Meio Ambiente) desabafou com amigos: "Se não contasse, diriam que eu o havia traído".

Discurso otimista
Entre os líderes governistas, até agora, só José Aníbal (PSDB-SP) defendeu Krause: "É um bom exemplo. Se vitimar alguém, paciência. O certo é que não vai vitimar a instituição".

Luta livre
Serjão (Comunicações) foi citado na sexta na queixa-crime contra ele protocolada por Maluf no STF. Tem prazo de 15 dias para se manifestar, que se esgota dia 21. No recesso do Judiciário.

Sabatina ministerial
Paulo Renato (Educação) depõe hoje na Câmara sobre mensalidades escolares. Obedece a convocação foi pedida por Ivan Valente (PT-SP).

Fora da fritura
José Genoino (PT-SP) tem insistido nas reuniões do partido para que seu nome pare de ser citado como candidato ao governo de São Paulo em 98. "Eu gosto de ser deputado", repete.

Escalada da violência
Este ano, já foram mortos 104 homossexuais no Brasil, segundo o secretário-geral da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Travestis, Luiz Mott. A média dos últimos três anos foi de 60 casos. O Rio lidera a estatística.

Visitante incômodo
Nos últimos meses, Pedrinho Abrão foi figura assídua no Ministério dos Transportes. Tentava prorrogar as concessões, feitas sem licitação há 15 anos, de linhas de ônibus interestaduais e intermunicipais.

Agora é moda
O sucesso do time da Portuguesa revelou simpatias insuspeitadas no governo. Reinhold Stephanes (Previdência), neto de alemães, vibrou. Anda espalhando aos quatro cantos que é Lusa desde pequeno.

Aposta pepebista
O PPB trabalha com a hipótese de que haverá pelo menos três candidatos na Câmara (Temer, Prisco e Wilson Campos) e que, nessa situação, o 2º turno é inevitável. A discussão sobre cargos na Mesa pode ficar para depois.

Torcida malufista
O tucano Wilson Campos (PE), candidato à presidência da Câmara, esteve com Maluf no fim-de-semana. O prefeito paulista saiu convencido de que ele dificilmente vai ser convencido a abrir mão de sua candidatura.

Em cima da hora
No Congresso, não se espera mais nenhuma definição na corrida pelas presidências da Câmara e do Senado este ano. A avaliação é que só em meados de janeiro a situação ficará clara. As eleições são em fevereiro.

Dança das cadeiras
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT) assumirá a cadeira do prefeito eleito de Santo André, Celso Daniel, na Câmara. O vereador Arselino Tatto, primeiro suplente, abriu mão do cargo para continuar em São Paulo.

TIROTEIO
De Maluf, sobre o que considera uso da máquina pública pelo Planalto na cooptação de deputados para a tese da reeleição:
- Por que você acha que o Ministério dos Transportes está vago há quase cinco meses? E o da Saúde, há quase dois meses? E com o agravante de deixar o ministério vago com essa situação de calamidade na Saúde.

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