São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Shimada diz que não perdoa

MAURO TAGLIAFERRI
DA REPORTAGEM LOCAL

Acusado de abuso sexual em 94 no caso da escola Base, Icushiro Shimada, 52, contou que passa por dificuldades financeiras. "Mal dá para chegar ao fim do mês", disse.
Vivendo de fazer fotocópias no centro de São Paulo, Shimada afirma que não consegue perdoar os que o acusaram de molestar crianças.
(MT)
*
Folha - O que o sr. achou da sentença que lhe dá cem salários mínimos de indenização?
Icushiro Shimada - Não foi muito boa. A sentença foi bonita, mas o valor é baixíssimo. Não sei de onde o juiz tirou essa indenização.
Folha - Que avaliação o sr. faz do episódio da escola Base?
Shimada - Não esquecerei jamais o que fizeram comigo. Sempre procurei andar no trilho certo, mas pisaram na bola. Foi uma loucura. Não consigo perdoar, sou só um ser humano. Perdoar é para Deus.
E não serviu para nada. Você vê o caso do bar Bodega. Foi a mesma coisa.
Minha mulher está fazendo tratamento psiquiátrico por causa de tudo o que aconteceu. Eu mesmo tive um infarto, em novembro do ano passado.
Folha - Como é a vida do sr. hoje?
Shimada - Tenho uma copiadora, mas estou direto no vermelho no banco. Mal dá para chegar ao fim do mês.
Não tenho mais amigos, não quero mais saber deles, quero distância de todos.

Texto Anterior: Estado terá de indenizar dono da escola Base
Próximo Texto: Bando invade Febem e liberta oito menores; Saúde quer repassar verba de salários hoje
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.