São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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FGTS investe só 2,68% do orçamento

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

No início do ano, o Conselho Curador do FGTS aprovou a dotação de R$ 3,501 bilhões para os programas Pró-moradia, Pró-saneamento e Carta de Crédito.
Desse total, houve a contratação de R$ 1,079 bilhão e apenas R$ 93,845 milhões foram efetivamente desembolsados até setembro.
O Pró-saneamento e o Pró-moradia são programas para a população de baixa renda (até três salários mínimos, R$ 336). A Carta de Crédito é um financiamento direto ao trabalhador com renda até R$ 1.344 (12 mínimos) para construção, reforma e ampliação da moradia. O programa para a classe média, não usa recursos do FGTS.
O representante da CNI (Confederação Nacional da Indústria) no Conselho Curador, Paulo Roberto Henrique, disse que a burocracia atrasou a aprovação dos projetos.
Houve, segundo ele, uma confusão nas regras. Os conselhos estaduais de habitação aprovaram os programas dos municípios, para só depois analisar a capacidade de endividamento das prefeituras.
Dessa forma, muitos projetos foram reprovados por causa das contas dos municípios. Agora, a situação do caixa é verificada antes da aprovação dos recursos.
Paulo Henrique disse que os programas do FGTS só irão funcionar quando os Estados e municípios destinarem recursos orçamentários para habitação e saneamento.
"Não dá para construir casas e fazer infra-estrutura só com dinheiro do Fundo. É preciso que os governos reservem uma contrapartida. Isso não existe hoje."
No caso de Minas Gerais, por exemplo, o Conselho Estadual de Habitação aprovou só neste mês a priorização dos recursos que deveriam ser aplicados em 96.
Isso significa que a dotação orçamentária deste ano só será liberada no próximo ano. No Estado, até setembro, dos R$ 49,47 milhões contratados para a construção de moradias com contrapartida das prefeituras, apenas R$ 17,83 milhões foram liberados. Esses recursos eram do orçamento de 95.
No Pró-saneamento, foram reservados R$ 129,75 milhões para Minas Gerais e contratados R$ 3,41 milhões: apenas 2,62% do total.
A Folha tentou falar com a Secretaria de Política Urbana do Ministério do Planejamento, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.

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