São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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Bolsas deixam de lado 'efeito Greenspan'

LUIZ ANTONIO CINTRA
DA REPORTAGEM LOCAL

As principais Bolsas de Valores do mundo se recuperaram ontem do susto patrocinado pelo presidente do Fed, Alan Greenspan, operando em alta. A Bovespa foi na contramão, fechando com baixa de 0,53%, a 68.363 pontos.
Londres, Nova York, Tóquio, Frankfurt -e mercados menores, como Buenos Aires e o Rio de Janeiro- terminaram o dia com alta em suas ações mais negociadas.
Em Nova York, por exemplo, o índice Dow Jones fechou com alta de 1,28%. Na sexta, caiu 0,54%. Em Londres, as cem ações mais negociadas subiram em média 1,23%.
O secretário do Tesouro dos EUA, Robert Rubin, foi o encarregado de minimizar os efeitos das duas palavras que abalaram Wall Street sexta -"exuberância irracional"-, ditas por Greenspan, que comentava o atual estado do mercado nova-iorquino de ações.
"Ele (Greenspan) fez apenas uma pergunta, não sugeriu a resposta", afirmou Rubin, dizendo ainda que as perspectivas da economia norte-americana são boas.
Alguns analistas do mercado de ações, por sua vez, afirmaram que os preços em Nova York não estão sobrevalorizados e que não há razão para o Federal Reserve elevar as taxas de juros em sua próxima reunião, marcada para o dia 17.
O que faria o Fed elevar as taxas básicas do mercado seria uma expectativa de alta dos índices que medem a variação dos preços. A expectativa de inflação para novembro, no entanto, é de um índice moderado -cerca de 0,3%.
Ainda na ofensiva para acalmar o mercado, o governo norte-americano divulgou nota às Bolsas. Segundo a nota, os principais indicadores econômicos do país são bons e não há possibilidade de um repique inflacionário.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o movimento registrado foi pequeno, comparado aos últimos dias, ficando em R$ 321 milhões.
A proximidade do vencimento de opões -no dia 16- ganha importância no comportamento do índice, explicando a "independência" da Bovespa no dia.
Câmbio
O Banco Central entrou ontem no mercado para um leilão de compra. O BC pagou R$ 1,0345 por dólar. No fechamento, o mercado negociava a R$ 1,0341 (compra) e R$ 1,0349 (venda).

Com agências internacionais

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