São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996 |
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Cavalo de aço
MELCHIADES FILHO Ubiratã Maciel, 52, pode ser o primeiro brasileiro a ingressar no Hall of Fame, galeria dos melhores da história do basquete. A eleição é em fevereiro. A seguir, opiniões do pivô que, com apenas 1,98 m e 98 kg, infernizou garrafões de 1962 a 1979 na seleção.Melhor lugar para jogar: "São Paulo. Nasci na zona norte. Comecei no clube Floresta, hoje Esperia." Torcida mais fanática: "A corintiana sempre lotava o Parque São Jorge. Não lembro de ter perdido lá." Melhor time que viu: "O Corinthians dos anos 60. Tinha Vlamir, Amaury, Rosa Branca, Mical, Edvar, Renê, Pedro Ives... e eu. Jogava 90 vezes, perdia só umas 5." Arremesso mais bonito: "Rosa Branca. Atirava de todo ponto da quadra. Fazia 30 pontos fácil." Cotovelo mais duro: "Debaixo da cesta, na zona do agrião, todo cotovelo dói a mesma coisa. Dizem que era minha maior qualidade, me posicionar para o rebote ou tapinha. Também faziam isso bem o Adílson, excelente na defesa, o Edson Bispo dos Santos, o Succar." Bandeja ou enterrada? "A enterrada, sem dúvida. É a maior satisfação." Rebote ou toco? "Olha, a sensação do toco é insuperável. Taí, rapaz, é ainda melhor do que enterrar... correr, pular e bloquear o adversário é uma delícia." O que é mais difícil? "Parece simples, mas a bandeja. É complicado coordenar as passadas sem cometer a andada. Para piorar, sou canhoto -e na minha época só se treinava a mão direita." Por que o Brasil não tem bons pivôs? "Temos estatura, mas falta técnica. É uma posição que precisa de um trabalho específico nos treinos, como os goleiros no futebol. Já me ofereci para fazer esse trabalho, mas os técnicos têm receio de dividir o comando." Texto Anterior: Chegou a hora de o torcedor virar cidadão Próximo Texto: Decisão 1; Decisão 2; Decisão 3; Números, números... Índice |
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