São Paulo, terça-feira, 10 de dezembro de 1996
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De La Soul; Midnight Oil; Rod Stewart; Mike Oldfield; Jair Rodrigues; Aquarela Carioca

SYLVIA COLOMBO; PEDRO ALEXANDRE SANCHEZ
DE LA SOUL

O grupo de rap que foi sensação de crítica com o disco "3 Feet High and Rising", em 89, caminha a passos largos em direção do tédio. "Stakes Is High" (Wea), quarto disco do trio, aprofunda o círculo vicioso do já desgastado gênero rap: muito ritmo, alguma poesia, quase nenhuma melodia, mais samples previsíveis de James Brown, Kurtis Blow e Sly Stone. Destaques: "A More" (bem Motown) e "Pony Ride" (bem Funkadelic).
(PAS)

Midnight Oil
A banda australiana dos 80 Midnight Oil ainda existe, e lança novo disco, "Breathe" (Columbia/Sony). É rock sério demais, antiquadão -o que pode ser defeito ou qualidade. O que se vê é competência instrumental e composições que lembram ora Iggy Pop ("Surf's Up Tonight"), ora Beatles ("Sins of Omission"), ora Bruce Springsteen ("Barest Degree"), ora trilha de western ("Home", com a cantora Emmylou Harris).
(PAS)

Rod Stewart
Agora é moda: coletâneas xumbregas tornam-se necessárias aos fãs por conterem um punhado de faixas inéditas. É o caso de "If We Fall in Love Tonight" (Wea), de Rod Stewart. Se há o inesquecível clássico de novela "Tonight's the Night", há também versão 96 baba de "Forever Young" e releituras que estraçalham "Downtown Train" e "Waltzing Matilda", de Tom Waits. Moral: falsificações são prejudiciais ao bolso; fuja.
(PAS)

Mike Oldfield
O visual de guerreiro fugido de alguma cena do filme "Highlander" já prepara o bom ouvidor, que deve sair correndo. Mike Oldfield tenta em "Voyager" (Wea) resgatar melodias celtas e lhes dar um tratamento new age, salpicando-as de arranjos melados de teclados. O resultado é uma série de peças rançosas, com guitarras recalcadas e melodias insossas. Na era da trip hop, a "viagem" do guerreiro é uma investida frustrada.
(SC)

Jair Rodrigues
Jair Rodrigues está com nostalgia do próprio sucesso. Tristão, ele volta melancólico em "Eu Sou...Jair Rodrigues" (Movieplay), um amontoado de sambinhas previsíveis que abusam do uso dos teclados e são coroados por um corinho lamurioso. Tem até trilha de novela. Salvam do tédio a lírica "Olho d'Água", de Paulo César Pinheiro, e "Sonho e Saudade", com participação de Dona Ivone Lara. "Eu Sou..." é. Mas não parece.
(SC)

Aquarela Carioca
Um elenco de bons músicos instrumentais -Paulo Muylaert, Paulo Brandão, Mario Séve, Lui Coimbra e Marcos Suzano- inspiraria um bom disco, não fossem alguns excessos na experimentação. Se por vezes a música de "Idioma" (Velas) se confunde com uma trilha incidental de cinema, a tentativa é válida e rende alguns bons frutos, como "Strasbourg", "Idioma" e a versão para "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band".
(SC)

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