São Paulo, quarta-feira, 11 de dezembro de 1996
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Guerrilha captura 51 estrangeiros em 96

CLÁUDIA TREVISAN
ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

Os engenheiros brasileiros Demétrio Mendonça Duarte e Eduardo Baptista de Oliveira fazem parte de um grupo de 51 estrangeiros que foram sequestrados neste ano pela guerrilha colombiana.
Apenas um sequestrado foi assassinado, mas o governo colombiano atribui o crime aos narcotraficantes e não à guerrilha.
A grande maioria dos sequestrados é de funcionários de empresas multinacionais que atuam na Colômbia, como é o caso dos brasileiros, empregados da construtora Andrade Gutierrez.
A negociação com os guerrilheiros costuma ser feita pelas empresas, e a libertação só ocorre com o pagamento de resgate.
A Folha apurou que a Andrade Gutierrez contratou a empresa inglesa Control Risk. Uma das especialidades da empresa é a negociação com sequestradores.
Parentes
Parentes dos dois brasileiros sequestrados chegaram ontem a Bogotá, capital da Colômbia. Eles estão no país para fazer contatos com as autoridades colombianas e para tentar obter informações sobre a situação dos engenheiros.
No final da tarde de ontem, os familiares se reuniram com o embaixador brasileiro na Colômbia, Sinézio Sampaio Góes. Eles também devem ter encontros com representantes do Programa para Defesa da Liberdade Pessoal, ligado à Presidência da República.
Período
Muitos estrangeiros ficam meses em poder dos guerrilheiros. O venezuelano Andres Witgan, por exemplo, está no poder de sequestradores desde o dia 9 de fevereiro.
Os guerrilheiros -das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e do ELN (Exército de Libertação Nacional)- não demonstram ter preferência por nacionalidades. Cidadãos de 15 países diferentes foram sequestrados só neste ano.
Entre as vítimas se encontram italianos, franceses, libaneses, norte-americanos, venezuelanos, espanhóis, mexicanos, peruanos e equatorianos.
Os venezuelanos são os mais visados porque seu país faz fronteira com a Colômbia. Eles representam 14 dos 51 estrangeiros sequestrados neste ano. Em segundo lugar vem a Itália (7 sequestrados), seguida do Líbano (4). Os outros países tiveram um, dois ou três cidadãos sequestrados.

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