São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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Fipe registra primeira deflação desde pesquisa de junho de 57

Queda foi de 0,03% na primeira quadrissemana de dezembro

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A taxa de inflação continua surpreendendo em São Paulo e registrou queda de 0,03%, em média, na primeira quadrissemana de dezembro. É a primeira taxa de deflação da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) desde junho de 1957.
Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da instituição, lembra, porém, que a Fipe apura inflação quadrissemanal desde 1974, mas iniciou sua divulgação apenas no Plano Cruzado, em 1986. A taxa mensal de inflação é apurada desde 1939.
A taxa mensal compara os preços médios de um mês com os do anterior. Já a taxa quadrissemanal compara os preços médios de 30 dias em relação aos 30 anteriores. A cada semana, a Fipe apura uma taxa nova.
Apesar da queda de preços, o quadro inflacionário não pode ser classificado como de deflação, diz Heron do Carmo. "O que está ocorrendo é uma acomodação de preços, enquanto deflação é um processo persistente de queda de preços", diz o economista.
A queda da taxa de inflação surpreendeu Heron do Carmo, que previa uma redução mais lenta.
Os setores de alimentos e de vestuário foram os principais responsáveis pela queda. No setor de alimentos, a queda foi de 0,60% na quadrissemana, enquanto vestuário subiu apenas 0,07%, contra alta de 1,28% em novembro.
A redução está ocorrendo principalmente entre os produtos industrializados. O setor está correndo abaixo da inflação média há várias semanas. Para o economista, o setor é dominado por grandes empresas, que comercializam seus produtos em grandes redes.
A calmaria das vendas neste final de ano, abaixo das expectativas, e a necessidade de as empresas manterem sua participação no mercado estão forçando queda de margens e de reajustes por parte das empresas, segundo o economista.

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