São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996 |
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Portuguesa sofre para torcer no Sul ARNALDO RIBEIRO e DANILO VALENTINI ARNALDO RIBEIRO; DANILO VALENTINI; JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO; CARLOS ALBERTO DE SOUZA
"Até a pé nós iremos/ para o que der e vier/ mas o certo é que nós estaremos com a Portuguesa onde a Portuguesa estiver." A versão adaptada do hino do Grêmio, adversário da Portuguesa na final do Brasileiro, serve para o time paulista, que, pela primeira vez, pode vencer a competição. Ávida por uma conquista desde 1973, quando o time dividiu o título paulista com o Santos, a torcida está sofrendo para poder ir ao Sul, onde, domingo, acontece a decisão do campeonato. Foram esgotadas as 33 mil entradas colocadas à venda em Porto Alegre. Os outros 22 mil ingressos são destinados aos sócios do Grêmio. O clube gaúcho reservou só 450 ingressos para a Portuguesa. Pelo regulamento, os paulistas teriam direito a 5.500 entradas, 10% da capacidade total. "Mas não vamos ocupar tanto espaço e teríamos que pagar pelos ingressos", disse o presidente Manuel Pacheco. "Mandamos um fax para a Federação Gaúcha pedindo, pelo menos, mil lugares." A dificuldade para conseguir ingressos está revoltando a Leões da Fabulosa, a maior torcida organizada da Portuguesa. "Vamos fazer mais de 20 horas de ônibus para Porto Alegre e corremos o risco de ficar fora do estádio, sem ingresso", disse Gérson Cordeiro. "Há 2.000 torcedores interessados em ir ao Sul", disse Alexandre Passos, também da Leões. O clube está esperando pelos ingressos para poder fretar aviões. A Coraltur Turismo, por exemplo, já tem 264 pessoas na lista para viajar a Porto Alegre, esperando apenas a confirmação das entradas. "Tenho 27 anos e, com certeza, se a Portuguesa não ganhar agora, não ganha nunca mais", disse o comerciante Sérgio Rodrigues. O vendedor Adílson Trizoti está organizando uma caravana, a R$ 100,00 por pessoa, que sairá sábado, às 18h, do Shopping D. "Temos 80 pessoas lotando dois ônibus", afirmou. "Se for necessário, alugo mais duas kombis." Diante das dificuldades, a diretoria da Portuguesa está providenciando junto às emissoras de TV a instalação de telões no Canindé para os torcedores que não puderem ir ao Sul. Camisas A dificuldade para torcer pela Portuguesa não se restringe à falta de ingressos no Sul. Conseguir uma camisa oficial do time é outra missão complicada. O próprio Fernando Esquerdo, dono da Armarinhos Fernando, que patrocina a Portuguesa, encomendou 2.000 camisas à Dell'erba, fornecedora de material esportiva do time, mas nada recebeu. "Há falta de camisa, porque foi uma grande surpresa para o mercado a classificação da Portuguesa", explicou Ivo Amorim, gerente de vendas da empresa. "A procura pelas camisas triplicou quando o time foi à semifinal. Até palmeirenses, são-paulinos e corintianos querem comprá-las." Ambulantes estão aproveitando a situação para faturar, vendendo camisas "piratas" por R$ 20,00, metade do preço da oficial. Eles chegam a vender 80 por dia. Para o ano que vem, a idéia da diretoria da Portuguesa é mudar o visual da camisa. "Teremos um novo modelo", disse o presidente Manuel Pacheco. Colaboraram João Carlos Assumpção, da Reportagem Local, e Carlos Alberto de Souza, da Agência Folha, em Porto Alegre Próximo Texto: Fanáticos Índice |
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