São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996 |
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'Fortuna' opõe juniores após 5 anos
RODRIGO BUENO
A Portuguesa, então considerada a melhor equipe júnior do país, chegou à final como favorita e goleou os gaúchos por 4 a 0. "Não tinha para ninguém. A Portuguesa era um 'bicho-papão'. Nesta decisão do Brasileiro, considero o Grêmio favorito, pois tem mais tradição", disse Antonio Figueiredo, 58, coordenador do departamento amador da Portuguesa e diretor do clube em 91. Figueiredo, no entanto, vê divinas coincidências entre as finais. "No dia da decisão da Taça São Paulo também choveu muito em São Paulo", disse, referindo-se à forte chuva de anteontem. Sérgio Abreu, 42, supervisor de futebol profissional do Grêmio e responsável pelo time amador em 91, acha que a Portuguesa venceu, principalmente, porque atuou com jogadores semiprofissionais. "O time deles era muito forte, pois contava com atletas que já atuavam na equipe principal. O Grêmio estava em formação." Os remanescentes Três jogadores que participaram daquela decisão estão lutando pelo título do Brasileiro deste ano. O atacante Tico, hoje opção de Candinho, era um dos destaques da Portuguesa. O goleiro Danrlei e o meia Carlos Miguel, titulares do atual time gremista, eram em 91 só promessas da equipe gaúcha. Tico venceu Danrlei naquela final, marcando o terceiro gol do time paulista. Anteontem, os dois voltaram a se enfrentar, mas apenas nos minutos finais da partida, quando Tico substituiu Rodrigo. "É difícil fazer comparações entre esse confronto e o de 91, pois antes éramos juniores. Estamos mais maduros", disse Tico, 25, que chegou a jogar no Grêmio, em 92. O goleiro Danrlei lamenta a derrota na Taça São Paulo, mas viu a competição mais como uma forma de ascender ao time principal. "Na época, é claro que ficamos bastante chateados com a derrota, mas a situação que vivemos é outra. O importante é que eu consegui ser profissional do Grêmio." Tico reconhece que, apesar do triunfo nos juniores, seu rival obteve mais êxito como profissional. "O Danrlei subiu rápido, conseguiu a seleção cedo", disse. Carlos Miguel, reserva na final de 91, também teve grande ascensão. "Aquela era uma turma boa. Eu e o Danrlei fomos privilegiados por termos sido aproveitados." Tico diz se sentir lisonjeado por ser o único sobrevivente de 91. "Talvez os outros jogadores não tiveram as mesmas oportunidades que eu. Mas ressalto o meu trabalho. Passei por vários times e consegui voltar à Portuguesa", disse. Colaborou a Agência Folha, em Porto Alegre Texto Anterior: Rio 2004 consegue doar 22 mil cestas Próximo Texto: O reencontro Índice |
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