São Paulo, sexta-feira, 13 de dezembro de 1996
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A viva Lusa

JUCA KFOURI

O Grêmio não está morto, mas a Portuguesa está vivíssima. E não há do que reclamar, até porque o tricolor gaúcho só manteve a vantagem de jogar por resultados iguais e decidir em casa porque não foi marcada uma falta clara de Paulo Nunes antes de sofrer o pênalti que lhe deu o empate contra o Goiás.
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Zagallo reparou uma grande injustiça ao, finalmente, convocar Velloso e mostrou que não acredita nessa história de que futebol é momento. Se acreditasse, não teria convocado o lateral-esquerdo Júnior, por exemplo.
Nem teria deixado de fora os gremistas Adílson, Carlos Miguel e Paulo Nunes, assim como o goiano Lúcio.
Aliás, o Grêmio deveria pedir inscrição no Campeonato Alemão, porque parece que não é considerado um time brasileiro.
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Só mesmo os inocentes úteis e os ingênuos acreditavam que o desmoralizado Tribunal da CBF puniria Marcelinho com rigor.
Estava escrito, desde a fantasiosa súmula do árbitro, claramente carregada nas tintas para poder ser desqualificada, que tudo seria arranjado de maneira conveniente.
Assim, até eu como advogado conseguiria os risíveis oito jogos de suspensão.
Claro que sempre será possível perguntar que se Eurico Miranda pegou apenas 60 dias por invadir o gramado do Maracanã, e acender o rastilho de pólvora que explodiu uma semana depois nas Laranjeiras, por que punir com mais severidade alguém que, ao menos, perdeu a cabeça por estar jogando?
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Entre as tantas contradições de João Havelange, que veio para confundir e não para explicar qual um Chacrinha redivivo, está a tal taça que será disputada entre as seleções campeãs mundial e continentais um ano antes da Copa da França.
Para quem anda dizendo que o torneio olímpico de futebol atrapalha a Copa do Mundo, convenhamos que fica difícil entender.
Mas é claro que tudo não passa de uma desesperado esforço para obter os votos da reeleição que Havelange anuncia não querer mais.
E se o anúncio da inconvincente desistência compromete as chances olímpicas do Rio de Janeiro, como lamenta o presidente da Rio-2004, Ronaldo Cezar Coelho, não há motivos para surpresa. Havelange sempre foi do time do "primeiro eu, depois o resto".

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