São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Petistas admitem aliança com Maluf

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do PT, José Dirceu, disse que o partido fará alianças com "quem for preciso", inclusive com o PPB do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, para tentar barrar a aprovação da emenda da reeleição no Congresso.
"Vamos fazer alianças sem qualquer problema, com quem estiver disposto a votar contra o governo. Não faremos restrições a nenhum partido", disse.
Dirceu acha que o presidente Fernando Henrique Cardoso enfrenta a pior oposição no Congresso à reeleição desde que a emenda foi apresentada.
Quando lhe foi perguntado se faria aliança com o PPB, Dirceu respondeu: "Claro. Fizemos alianças para aprovar as diretas já (1984), o impeachment (de Collor, em 1992) e durante o Congresso constituinte (1987/88). Por que não agora?".
Dirceu deixou claro que eventual aliança com o PPB será apenas para votar contra a reeleição. "Não é uma aliança na sociedade", disse.
Espírito Santo
O Diretório Nacional do PT, reunido ontem em Brasília, optou por evitar enfrentar a crise vivida pelo partido no Espírito Santo.
A solução encontrada pela direção do PT foi enviar um "ombudsman" a Vitória para tentar diminuir a animosidade entre o governador Vitor Buaiz e os deputados estaduais do partido.
Apesar da posição moderada e de afirmar que o PT está apoiando Buaiz, Dirceu não poupou críticas à reforma político-administrativa do governador capixaba.
"Nenhum petista pode aceitar que se diga que a privatização das empresas e a demissão de funcionários vão resolver o problema do déficit público."
A reunião também serviu para o PT analisar o que teria feito de errado nas eleições. "Vejo essas derrotas como um sinal amarelo de que precisamos mudar, adotar um projeto político que dê mais visibilidade às diferenças entre o PT e os partidos de centro e de direita", disse o deputado José Genoino.
A ala mais a esquerda do PT decidiu ocupar os oito lugares a que tem direito no Diretório Nacional do partido, que havia recusado por não concordar com a distribuição de cargos.

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