São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Gapa vê avanço na cobertura de planos

Projeto defende cobertura total

SILVANA QUAGLIO
DA REPORTAGEM LOCAL

O tratamento para doenças graves, como mal de Alzheimer ou Aids, só é garantido pela medicina privada em planos ou seguros especiais, normalmente bem mais caros do que a média restante.
Foi nesta informação que o deputado Paulo Teixeira (PT) se fiou para apresentar projeto de lei, obrigando as empresas prestadoras de serviços médico-hospitalares a cobrir todas as doenças classificadas pela Organização Mundial de Saúde.
O projeto de lei, aprovado pela Assembléia Legislativa na quinta-feira à noite, recebeu, ontem, o apoio da presidente do Gapa (Grupo de Apoio à Prevenção à Aids) de São Paulo, Áurea Abbade.
O projeto será encaminhado pela Assembléia para sanção do governador Mário Covas (PSDB), possivelmente na semana que vem. Covas terá 15 dias para tranformá-lo em lei, com vigência a partir da publicação no Diário Oficial.
Para Áurea, obrigar as empresas por meio de lei é a única forma de garantir que a maioria dos pacientes de doenças infecto-contagiosas e degenerativas sejam tratados pela medicina privada.
À frente do Gapa, Áurea acompanha o andamento de mais de 300 processos que portadores de Aids estão movendo na Justiça, buscando tratamento por seus planos de saúde.
"Há casos em que o paciente pagou 20 anos ou mais e quando desenvolve uma doença como a Aids, o seguro simplesmente não cobre o tratamento", diz Áurea.
Segundo ela, o ideal é que a determinação seja feita por lei federal, porque assim abrangeria todo o país. "Mas São Paulo servirá de exemplo. Além disso, 60% dos casos de Aids do Brasil estão em São Paulo", afirmou Áurea.
Mas até agora, em Brasília, houve apenas uma audiência pública. "Não se pode esperar aprovação de nada com relação ao assunto antes do meio do ano que vem", disse Teixeira.

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