São Paulo, sábado, 14 de dezembro de 1996
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Venda de telefone pára em 97, diz Motta

MÁRCIO DE MORAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Sérgio Motta (Comunicações) anunciou ontem que vai extinguir, até o final de 97, o autofinanciamento na compra de telefones, que é utilizado pela Telebrás para financiar a instalação de redes de telefonia com recursos do próprio interessado.
Grande parte dos 14 milhões de telefones em operação no país foram comercializados sob esse modelo, criado em 1966 para assegurar aporte de recursos às empresas telefônicas. Para isso, bastará a edição de uma portaria, informou o consultor jurídico do ministério Antonio Bedran.
Motta informou que, pelo modelo em estudo, bastará ao candidato a assinante se inscrever na operadora (as subsidiárias estaduais da Telebrás, ou teles). À medida que os novos telefones forem instalados, o candidato receberá a linha, por ordem de inscrição.
Motta prevê que, em alguns anos, após a privatização e a instalação da competição no setor, o telefone será entregue em 15 a 30 dias. Disse que a medida deixa o presidente da Telebrás, Fernando Xavier Ferreira, "em pânico", pois há o temor de que a procura seja muito alta.
O autofinanciamento era, também, uma forma indireta de, por meio do poder econômico, restringir o crescimento do mercado. O valor do autofinanciamento é variável. Em Brasília, por exemplo, é pouco superior a R$ 900.
O fim do autofinanciamento deverá, segundo os técnicos, provocar um processo de extinção do mercado paralelo de telefonia, que já entrou em queda acentuada nos grandes centros urbanos.
O autofinanciamento permitiu, segundo o ministro, uma pulverização das ações da Telebrás. A empresa chegou a ter 6,5 milhões de acionistas, que foram reduzidos a 5,8 milhões em um ano.
Algumas ações de reestruturação do sistema Telebrás irão facilitar o fim do autofinanciamento. É o caso da revisão tarifária, que Motta disse estar prevista para 97. Ele disse ter "medo" de falar desse assunto, pois não há nenhum "aumento em estudo no momento".

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