São Paulo, domingo, 15 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Arafat pede resistência total contra colônias
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Iasser Arafat convocou os palestinos a resistir "com todos os meios possíveis" à decisão do governo israelense de estimular a ampliação das colônias judaicas nos territórios que devem ser entregues ao governo da Autoridade Nacional Palestina (ANP).Segundo comunicado divulgado ontem, após reunião das lideranças da ANP na faixa de Gaza, a medida anunciada por Israel na sexta "colocará todo o Oriente Médio à beira da guerra". O governo do premiê conservador Binyamin Netanyahu vai conceder incentivos fiscais para colonos judeus, o que deve atrair um maior número de israelenses para os territórios árabes ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Os palestinos denunciam que a real intenção seria aprofundar ainda mais o domínio de Israel sobre as regiões. Pelo acordo de paz assinado em 1993, o status final das colônias judaicas depende de negociações e é uma das questões mais difíceis a serem resolvidas, juntamente com a soberania de Jerusalém. Ataques de aliados Até os EUA, maiores aliados de Israel, atacaram a decisão, classificando-a de "problemática". Líderes da União Européia (UE) reunidos em Dublin (Irlanda) também expressaram preocupação com o que chamaram de "deterioração" no processo de paz. "Os assentamentos são contrários à lei internacional", disse comunicado dos países da UE. A tensão cresceu depois de dois incidentes envolvendo palestinos e colonos na semana passada. No primeiro, na quarta-feira, uma mulher e seu filho de 12 anos foram mortos em emboscada do grupo radical FPLP (Frente Popular para a Libertação da Palestina) perto da cidade de Ramallah. No dia seguinte, um colono matou a tiros um palestino que estava perto de sua casa, no sul de Israel. Colônias Cerca de 145 mil colonos judeus vivem cercados por 2 milhões de palestinos nos territórios da faixa de Gaza e Cisjordânia. Criadas para garantir a ocupação israelense dos territórios, conquistados em 1967, as colônias tiveram a expansão congelada durante o governo trabalhista de Yitzhak Rabin, que assinou os acordos de paz com os palestinos. Mas o conservador Binyamin Netanyahu, que venceu as eleições em maio deste ano, retomou a ampliação dos assentamentos. Embora não tenha permitido a criação de novas colônias, o governo de Netanyahu já concedeu aprovação para a construção de milhares de novas casas em assentamentos já existentes. Na campanha eleitoral do início do ano, "Bibi", como é conhecido, deixou claro ser contra a fórmula de trocar terras pela paz, base dos acordos firmados pelos seus rivais do Partido Trabalhistas. O maior exemplo do problema que as colônias representam é Hebron, onde 400 colonos vivem junto a mais de 120 mil palestinos. Novo confronto Ontem, soldados israelenses mataram dois guerrilheiros em um enfrentamento na região de Ayshíe (sul do Líbano), informou o porta-voz das Forças Armadas de Israel. Segundo o porta-voz, os soldados, que estavam em patrulha, dispararam depois de serem emboscados pelos guerrilheiros, aparentemente pertencentes ao Hezbollah (guerrilha pró-Irã). Texto Anterior: Nova York dá multa no metrô Próximo Texto: Refugiados na Tanzânia começam a voltar a Ruanda Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |