São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Indústria aérea tem fusão de US$ 13 bi

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As indústrias norte-americanas Boeing e McDonnell Douglas anunciaram ontem que vão se fundir, criando assim a maior empresa do mundo no setor aeronáutico e aeroespacial.
Cada acionista da McDonnell Douglas receberá 0,65% de uma ação da Boeing por ação que possuir. O valor da transação seria hoje de US$ 13,3 bilhões, segundo as cotações da Bolsa de Nova York.
A nova empresa se chamará Boeing Company, da qual fará parte a McDonnell Douglas, que manterá o nome, como uma das divisões do grupo.
O acordo, no entanto, ainda está sujeito à aprovação dos acionistas das duas empresas e também da agência antitruste do Departamento de Justiça do governo norte-americano. Deve estar concluído em meados de 97.
O faturamento anual da nova empresa -que empregará 200 mil pessoas- é estimado em US$ 48 bilhões para 97, segundo executivos das duas companhias.
Momento histórico
O atual presidente da Boeing, Philip Condit, será o presidente do conselho administrativo e principal executivo, enquanto o presidente da McDonnell, Harry Stonecipher, ficará responsável pela área operacional.
Condit afirmou, durante o anúncio do negócio em Washington, que a fusão constitui "um momento histórico" para a indústria aeronáutica e aeroespacial. "Vai beneficiar nossos clientes e acionistas", afirmou.
A Boeing é hoje o maior fabricante mundial de aviões comerciais. Também produz aviões militares, como o caça F-22 e os helicópteros Chinook e Comanche.
Já a McDonnell Douglas é o terceiro fabricante mundial de aviões comerciais (atrás da Boeing e do consórcio europeu Airbus), e também produz aviões militares -área em que tem mais força-, como os modelos F-18 e ainda o helicóptero AH-64 Apache.
Consolidada a fusão, a Boeing e a McDonnell Douglas terão a liderança mundial na indústria aeroespacial, com forte presença nos setores de aviões militares e civis, satélites e veículos para lançamentos espaciais.
As duas empresas pretendem fazer uma reestruturação de suas áreas administrativas depois da fusão, porém não deve redundar em demissões em massa.
Segundo Philip Condit, da Boeing, como a carteira de pedidos das duas empresas é grande -cerca de US$ 100 bilhões- serão poucas demissões.
A McDonnell Douglas tem perdido progressivamente participação no setor comercial, em parte por causa da crescente presença do grupo Airbus. Nos últimos anos, tem centrado suas atividades em aviões militares e tecnologia aeroespacial.

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