São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996 |
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Maratona de NY é um mosaico cultural
ENIO RIBEIRO DA SILVA JÚNIOR
A vida moderna, no entanto, tem feito muita gente substituir um ou mais desses nobres ideais por objetivos mais pessoais, como escalar o Everest, ganhar US$ 1 milhão ou correr uma maratona. Se a escolha recair sobre correr pouco mais de 42 km, existe um evento anual que permite temperar o desafio pessoal com turismo, intercâmbio cultural e festa: a Maratona de Nova York. História É uma competição recente. A primeira edição ocorreu em 1970. Naquele ano, 127 competidores largaram, e 55 chegaram ao fim do percurso, que consistia em quatro voltas ao redor do Central Park. A popularização da prova ocorreu na segunda metade da década de 1970, quando o número de competidores pulou de 534, em 1975, para 14.012, em 1980. Com o aumento de competidores, ficou praticamente impossível controlar o número de voltas de cada participante. Em 1976, foi corrida a primeira edição cujo percurso se assemelhava ao atual. A idéia era mostrar Nova York "em toda a sua glória", fazendo a prova passar pelos cinco distritos da cidade: Staten Island, Brooklyn, Queens, Bronx e Manhattan. No ano de 1994, 31.129 pessoas se alinharam na largada, um recorde que provavelmente jamais será batido pois, por questões de segurança e infra-estrutura, o número de inscrições foi limitado em 30 mil. Em 1996, do total de participantes, vindos de 103 países, um terço corria sua primeira maratona. O objetivo dos organizadores ao criar o atual percurso foi mostrar aos maratonistas (e aos milhões de espectadores ao redor do mundo) o mosaico cultural que permeia os cinco distritos de Nova York. A largada se dá em Staten Island. Como o nome diz, trata-se de uma ilha, que foi dada à cidade de Nova York em 1667, como prêmio de uma regata de iatismo patrocinada pelo duque de York. No Brooklyn, o mais populoso distrito de Nova York, o maratonista passa quase a metade da prova. A origem do nome é holandesa e significa terra partida. A força da imigração se mostra em bairros dominados por grupos definidos. Os primeiros são os italianos e irlandeses de Bay Ridge. Em seguida, os latinos e os chineses, os negros de Bedford-Stuyvesant, os judeus de Williamsburg e os eslavos de Greenpoint. Outro distrito percorrido pelos corredores é o Queens. O nome é uma homenagem à rainha Catarina de Bragança, mulher de Carlos 2º, rei da Inglaterra. Em Queens, ficam os aeroportos La Guardia e JFK e o complexo tenístico de Flushing Meadows. A maratona atravessa uma antiga área fabril, hoje sede dos estúdios Silvercup. Manhattan O centro da cidade dispensa apresentações. É aquilo que vem à cabeça de qualquer um ao pensar em Nova York. O nome, de origem indígena, significa "ilha montanhosa". A corrida passa por alguns bairros famosos, como o hoje chique e antiga área de chiqueiros Upper East Side. Os corredores sobem pelo Harlem hispânico em seu caminho para o Bronx. Quando voltam a Manhattan, atravessam o famoso Harlem (outro nome holandês), centro da cultura negra nova-iorquina. A corrida acaba no parque mais filmado do mundo, o Central Park. A corrida dá uma passada protocolar no Bronx, onde fica o estádio de beisebol dos Yankees, considerado (pelos americanos, é claro) o time mais famoso do mundo em qualquer modalidade esportiva. LEIA MAIS sobre turismo esportivo nas págs. 6-25 a 6-28 Texto Anterior: Estado aposta no country Próximo Texto: Diversão está nos eventos Índice |
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