São Paulo, segunda-feira, 16 de dezembro de 1996
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Basquete nos EUA salva até divorciados

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

Os estacionamentos são caros; os ingressos, difíceis; os cambistas, bandidos. Os ginásios ficam em vizinhanças barra-pesada. E as dançarinas que animam os jogos, apesar de gostosas, são uma chatice.
Apesar disso, um jogo da NBA é um espetáculo inesquecível.
O basquete norte-americano consagrou-se como um sucesso de público (93% de lotação nos ginásios, recorde nos EUA) e crítica.
O espetáculo está na quadra, com os atletas mais bem pagos e populares do planeta.
Mas os dirigentes da liga fazem o possível para contaminar aqueles que pagaram o ingresso.
Alto-falantes empurram os fãs, berrando palavras de ordem em momentos críticos dos jogos.
Telões gigantes, com videoteipe, e placar eletrônico, com estatísticas instantâneas, ajudam o torcedor a destrinchar as partidas.
Nos intervalos, um hit parade de músicas dançantes embala sorteios, brincadeiras e acrobacias.
Os jogos são disputados em quatro períodos de 12 minutos de bola em movimento. No final das contas, transformam-se em quase três horas de entretenimento.
Segundo pesquisa da Time-Warner, trata-se da diversão preferida dos divorciados nos finais de semana com seus filhos -as crianças babam, e os pais "limpam a sua barra".
Como ver
Para os interessados em conferir de perto a NBA, algumas dicas:
Tente comprar os ingressos ainda no Brasil. A TicketMaster (001-212-307-7171) vende pelo telefone -basta falar inglês e ter um cartão de crédito internacional.
Você também pode garimpar na Internet os telefones da bilheteria de cada um dos 29 ginásios do torneio. O endereço http://www.nba.com serve de ponto de partida.
Se quiser arriscar o corpo-a-corpo, aposte em times menos populares -assim, não perde a viagem. Atlanta, Los Angeles Clippers e Dallas raramente lotam suas casas.
Aja rápido, pois os preços estão subindo. Em média, o bilhete custa hoje US$ 34,08 -8% a mais do que na temporada passada.
Se possível, assegure uma cadeira perto da quadra. Os jogadores desfilam ao seu lado em direção aos vestiários. Sim, você pode pedir autógrafos e tirar fotos, mas não se entusiasme demais -invadir a quadra significa cadeia.
O Madison Square Garden, templo do esporte em Nova York, incrustado em plena Manhattan, impressiona pelo carisma.
Mas a sede do Miami, talvez a mais acessível ao turista brasileiro, decepciona -assentos empoeirados, apertados. Não à toa, a cidade resolveu construir outro ginásio.
Por fim, um conselho para os admiradores do melhor jogador de todos os tempos. Michael Jordan, quatro vezes campeão da NBA, atua melhor fora de Chicago.
Segundo ele, para causar boa impressão aos espectadores que o vêem poucas vezes por ano.

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