São Paulo, sexta-feira, 20 de dezembro de 1996
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Vilã fashion é sacerdotisa do estilo antiecológico

ERIKA PALOMINO

Colunista da Folha Pode-se dizer que Cruela de Vil é uma vilã fashion. Seu objeto do desejo -o casaco costurado com a pele de 99 dálmatas-, embalado em futilidade e crueldade, é também o ponto de partida para o roteiro do filme.
Fina, Cruela de Vil tem sua própria maison de prêt-à-porter, a House of de Vil, delicioso trocadilho afrancesado com a palavra devil (diabo, em inglês).
Autoritária, ameaça a tonta Anita de nunca mais trabalhar com moda, caso ela não venda os filhotes de que precisa.
Elegante, tem um estilo que deixaria qualquer sacerdotisa do estilo com inveja.
Look dramático
Naturalmente, o forte de seu guarda-roupa são os casacos de pele, muito apropriados a suas aparições sempre dramáticas.
Seu make também é dramático. Os olhos ganham contorno preto, com sombrio fumê até as sobrancelhas, arqueadas como convém a uma vilã (quem não se lembra das da madrasta da Branca de Neve?).
As unhas gigantes pintadas de preto também são um hit, bem como o batom vermelhíssimo na boca imensa.
Falsa -como aliás bem cabe a uma poderosa estilista-, Cruela aciona ainda recursos como diferentes metades do look, em preto e branco (suas cores favoritas, ao que parece), marcadas pelo espetado cabelo de louca.
"Mega-overdressed"
O visual de Cruela é "mega-overdressed", sem respeitar tendências de moda: observe a rebuscada roupa com gola alta, cheia de brocados.
Para fashionistas, "101 Dálmatas" é pura diversão, competindo firme com "Evita" como entretenimento para iniciados.
Mas a discussão até que é atual. Há algumas temporadas todo o meio de moda passou a se mobilizar na campanha contra o uso de peles verdadeiras. "Prefiro andar nua do que usar peles" decretaram algumas supermodels. Cruela de Vil definitivamente não.

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