São Paulo, segunda-feira, 23 de dezembro de 1996 |
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Skank vende 2,5 milhões de discos em 96
LUIZ ANTÔNIO RYFF
E quem mais ficou surpreso com o sucesso foi o próprio grupo. Principalmente com a vendagem de "Calango", o segundo do grupo, que lançado em outubro de 1994 atingiu vendagem de 1 milhão de cópias neste ano. "Ele foi feito com a perspectiva de 100 mil cópias", diz o cantor Samuel Rosa, 30. Samuel só lamenta que o contrato assinado com a gravadora Sony tenha sido feito na época do primeiro disco. "Fizemos um contrato para três discos. Recebemos hoje o mesmo percentual para cada disco vendido que quando entramos na Sony." "Samba Poconé", que chegou às lojas em junho, já está com 1,5 milhão de cópias vendidas. "O importante é fazer uma música legal. Mas, se eu dissesse que não quero tocar na rádio, estaria sendo hipócrita", afirma Samuel. O sucesso fez com que, para subir no palco, a banda receba, em média, R$ 60 mil -o valor depende do tipo de show, do tamanho da cidade e outras variantes. Nas grandes capitais a banda prefere dividir a bilheteria em 50% -o que pode superar R$ 100 mil. Mesmo assim, o Skank prefere fazer poucos shows -máximo de 12 por mês. Samuel reclama da falta de tempo para jogar bola e tomar cerveja com os amigos. Modismo Samuel não acredita que exista uma onda de modismo reggae que favoreça as vendagens de grupos como Skank ou Cidade Negra. "O que o público assimila do Skank não é reggae. Ninguém cita Bob Marley, discurso político, volta à África ou usa roupas vermelho, amarelo e verde. As pessoas gostam de boas melodias e letras interessantes", avalia. O vocalista diz que ouve comparações com relações às vendagens de grupos de rock e pop brasileiros nos anos 80. Samuel cita o sucesso de bandas como Raimundos e Mamonas Assassinas e acredita que o rock atual é muito mais underground do que nos anos 80. "Chica Nacional" Em 1997, a banda quer invadir o mercado internacional. "É a nossa prioridade, mas não queremos sumir de vez do Brasil", diz Samuel. Animada pela popularidade da versão em espanhol de "Garota Nacional" no Chile -a música está entre as dez mais tocadas-, o Skank se apresentou na semana passada no Chile. A banda prepara o calendário para o próximo ano com um olho no exterior. Em janeiro, o grupo se apresenta em Paris. Em fevereiro eles voltam ao Chile e, em março, fazem show na Espanha. O Skank sabe que no exterior é preciso começar do zero. "Se aqui a gente teve que suar e todos falam a mesma língua, por que lá fora vai ser diferente?", questiona Samuel. Não estão descartadas versões em espanhol e em inglês para algumas músicas. Samuel já está tendo algumas aulas de espanhol. Texto Anterior: Festival francês seleciona dois filmes do Brasil Próximo Texto: Gravadoras planejam clube de CD Índice |
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