São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 1996 |
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Cosméticos empregam mais em 96 Setor cresceu 11,26% em vagas SÉRGIO LÍRIO
Enquanto o nível de emprego direto medido pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) caiu 7,85% entre janeiro e novembro, o setor teve crescimento de 11,26% no total de vagas. Isso representa, em números absolutos, cerca de 45 mil novos trabalhadores contratados no período. No total, o setor emprega hoje quase 450 mil pessoas. O resultado percentual é bem superior aos de outros ramos da indústria que também ampliaram o número de postos de trabalho. O segundo colocado na pesquisa da Fiesp -produtos de cacau e balas- empregou em onze meses 3,75% mais que em 95. A diferença é de quase nove pontos percentuais entre os crescimentos de emprego nos dois setores. Outros segmentos, que tiveram aumento de vendas e faturamento em 96, chegaram a desempregar. Caso da indústria de eletroeletrônicos, que fechou cerca de 3% dos postos de trabalho, apesar de ter faturado 28,32% a mais neste ano, segundo dados do setor. Há ainda um detalhe: as empresas de cosméticos e perfumaria podem estar absorvendo, indiretamente, parte dessa mão-de-obra desempregada. A contratação de revendedoras cresceu em 96 cerca de 20%. O setor calcula um exército de 800 mil pessoas trabalhando com venda direta, um negócio que envolve mulheres de todas as classes sociais e de todas as regiões do país. "O número de revendedoras autônomas cresce em momentos de crise econômica ou de emprego, como a que vivemos agora", afirma Sílvio Zveibil, gerente de Vendas Regionais da Avon. A empresa, há quase 70 anos no país, possui 500 mil revendedoras. Vendem de cosméticos a utensílios domésticos. A Natura, que direciona seus produtos para as classes A e B, atingiu neste ano 145 mil "consultoras" (designação dada a suas revendedoras). Segundo João Carlos Basílio, presidente do sindicato que reúne as empresas de perfumaria e cosméticos, o setor lidera o nível de emprego da Fiesp desde 94. A razão, explica, está no crescimento do consumo desde o início do Plano Real e o consequente aumento da produção. O setor dobrou de tamanho em três anos. O faturamento saltou de US$ 2 bilhões para US$ 4,7 bilhões, um crescimento médio de 33% ao ano. Em 96, o crescimento será de 20%, diz Basílio. "A estabilização trouxe novos consumidores e permitiu que os habituais pudessem comprar mais", afirma. A diversificação também cresceu no mesmo período, de acordo com ele. "Hoje é fácil encontrar 60, 70 produtos expostos em um supermercado. Há três anos, esse número não passava de 20", compara. Texto Anterior: Como será a CPMF Próximo Texto: Atividade complementa renda Índice |
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