São Paulo, terça-feira, 24 de dezembro de 1996
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'Todos...' é musical às antigas

MARIA CRISTINA FRIAS
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LONDRES

"Todos Dizem Eu Te Amo" é, como diz o próprio diretor Woody Allen, leve, alegre, puro entretenimento. E só.
Assim mesmo, divertimento para quem gosta de musicais, daqueles clássicos. As coreografias acabam sendo cômicas, de tão antiquadas.
Conta a história de uma família grande, com filhos de diferentes casamentos vivendo numa mesma casa e suas aventuras amorosas, conforme vão se apaixonando, conquistando e se desinteressando dos parceiros.
Woody Allen é o ex-marido. Mais uma vez, um homem desajustado nos relacionamentos, à procura de uma nova mulher. Conhece a personagem de Julia Roberts e traça um plano para conquistá-la, orientado pela filha, que conhece todos os gostos da moça.
Tudo acaba em cantoria e dança. Não é como "Manhattan" (1979) ou outros filmes mais "realistas" do diretor. Está mais para "A Era do Rádio" (1987). Em "Todos Dizem Eu Te Amo", os personagens agem de forma exagerada, caricata, como em todo bom e velho musical.
Manequins de uma vitrine de Yves Saint Laurent ganham vida, enfermeiros se juntam a pacientes e saem dançando pelos corredores de um hospital e há até uma coreografia com fantasmas durante um velório.
Curioso mesmo é ver Woody Allen cantando. A interpretação é contida, linear, sem muita expressão. O tom de voz é constante, exatamente como ele costuma falar no cinema.
Julia Roberts não fica atrás. Mas o objetivo do diretor era esse mesmo. Atores cantando, mesmo que sem muita técnica, para conferir mais "honestidade" ao filme.
(MCF)

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