São Paulo, quinta-feira, 26 de dezembro de 1996
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Revolução de 30 foi liderada pela oligarquia dissidente

DA REPORTAGEM LOCAL

A Revolução de 30 pode ser explorada na provas de história. "Foi um movimento liderado pela oligarquia dissidente que pôs fim à República Velha e levou Getúlio Vargas ao poder", explica o professor Antônio Alves da Silva, do Objetivo.
Sônia Maria Brandão, professora do cursinho Lectus, lembra que setores populares também participaram da revolução. "Mas não teve caráter popular, pois foi pensada e dirigida pela elite latifundiária", afirma.
Segundo Alves, as massas, marginalizadas, simpatizaram com os ideais do movimento: voto secreto, voto feminino etc.
Em 1930, seriam realizadas as eleições presidenciais. De acordo com a política café-com-leite (pacto de alternância de representantes mineiros e paulistas na presidência), o próximo presidente deveria ser de Minas -já que Washington Luís, em exercício, representava São Paulo.
Mas os paulistas decidem não apoiar o nome indicado por Minas, o do político Antônio Carlos de Andrada, e lançam a candidatura de Júlio Prestes.
"Essa ruptura do pacto provoca um desgaste", diz Sônia. Minas, então, se junta com a oposição -tenentes, movimento estudantil, oligarquias nordestinas e sulistas- e funda a frente política chamada Aliança Liberal.
Eles lançam como candidato a presidente o gaúcho Getúlio Vargas e a vice, o paraibano João Pessoa. A proposta era sair do eixo São Paulo-Minas.
Porém os paulistas fraudam as eleições e Júlio Prestes ganha. O escândalo é imenso. Diante da situação, a Aliança Liberal se divide: os radicais propõem a luta armada, já os conservadores apostam nas próximas eleições.
Para esclarecer o que viria a acontecer, os dois professores citam a frase, de Antônio Carlos de Andrada, que é síntese do movimento: "Façamos a revolução antes que o povo a faça".
Assim, a ala conservadora, para evitar que as camadas populares tomassem a frente, se antecipa e organiza a revolução. O assassinato de João Pessoa, de motivo passional, detona o botão.
As tropas revolucionárias invadem o Rio de Janeiro (capital da República) em outubro e destituem Washington Luís. Getúlio Vargas é nomeado presidente, um mês depois, no dia 3 de novembro de 1930.

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