São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996 |
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Doente espera 6 horas por atendimento
ESTANISLAU MARIA
O setor de traumatologia do Pronto-Socorro Municipal ficou abandonado na manhã de anteontem porque o médico escalado para o plantão das 7h às 13h está de férias. A direção do hospital estima que cerca de 30 pessoas esperaram desde a manhã até as 13h, quando chegou o plantonista da tarde. Ontem, o caos se repetiu por causa do atraso de 2,5 horas do médico da manhã. O plantão começava às 7h, mas o traumatologista João Bosco chegou às 9h30. Segundo a diretora do PSM (Pronto Socorro Municipal), Salma Saráty, os outros dez plantonistas trabalharam normalmente em suas áreas e cobriram parcialmente o buraco na traumatologia. Apesar do atendimento precário, ninguém morreu. O setor de traumatologia registra, em média, 90 atendimentos diários. O médico Bosco não foi localizado pela Agência Folha. Ele teria dito à direção do hospital que teria autorização do secretário municipal da Saúde, Fernando Cruz Dourado, para atrasar. Dourado nega. "A cada três atrasos, é computada uma falta ao médico. Não podemos puni-los com mais rigor para não perdermos profissionais", disse a diretora. No PSM, trabalham dez traumatologistas e há mais dez vagas não-preenchidas em concurso público por falta de candidatos. Os dez médicos revezam-se em plantões diurnos de seis horas e noturnos de 12 horas. O salário mensal do traumatologista no PSM é de R$ 1.300 por 20 horas de trabalho semanais, ou três plantões semanais (80 horas mensais). A direção admite que superlotação e pessoas atendidas até no chão são rotina no PSM. "O hospital é municipal, mas recebe gente do Estado todo", disse a diretora Maria José de Lima. Texto Anterior: Ingresso para desfile começa a ser vendido dia 2 Próximo Texto: Ferido aguarda 16 horas Índice |
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