São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Disputa por cargo adia votação do IPTU

RICARDO FELTRIN
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma disputa interna pela mesa diretora da Câmara Municipal para 97 causou o adiamento das votações do IPTU e do Orçamento ontem à tarde. Nova sessão foi marcada para hoje às 15h.
A maioria dos governistas e da própria oposição queria votar as matérias ontem mesmo.
No entanto, uma disputa de bastidores entre os grupos que apóiam os candidatos a presidente da Câmara Brasil Vita e Nello Rodolpho (ambos do PPB) levou ao fim da sessão.
Segundo apurou a Folha, o candidato Vita, atual presidente da Câmara, teria interesse em votar o IPTU e o Orçamento o mais rápido possível.
Isso lhe daria condições de ter mais tempo para articular sua campanha à reeleição.
Rodolpho, por outro lado, teria interesse em que os projetos só fossem votados na próxima segunda-feira.
Essa seria uma forma de "esgotar" o tempo de articulação do adversário Vita -histórico governista.
Hoje, às 15h, os vereadores devem colocar em votação os projetos na seguinte ordem: 1) anistia do IPTU progressivo de 1992; 2) alíquota de 0,6% para o IPTU 97; 3) o Orçamento 97.
O pedido de inclusão do projeto de anistia do IPTU de 92 foi feito pelo PT, alguns segundos antes do encerramento da sessão de ontem.
A manutenção da alíquota de 0,6% de imposto no próximo ano deve ser aprovada com facilidade.
Nos primeiros dias de janeiro, o prefeito eleito Celso Pitta (PPB) deverá publicar um decreto reajustando a planta genérica de valores -uma tabela cujos índices são usados no cálculo do IPTU.
O reajuste previsto para o pagamento do IPTU ficará entre 10% e 12% -estimativa de inflação dos últimos 12 meses.
No caso do Orçamento, o principal item é que os vereadores deverão garantir a Pitta a possibilidade de remanejar até 17% de seu conteúdo. Hoje, Paulo Maluf (PPB) tem direito a 10%.
O aumento do percentual de manobra a Pitta se deve a um detalhe orçamentário que permite ao prefeito, além de 10% de manobra das verbas orçamentárias, mais 20% de todas as verbas que estiverem sob a rubrica "investimentos".
A Câmara deve autorizar R$ 50 milhões iniciais para o fura-fila e R$ 500 milhões para o PAS (Plano de Atendimento à Saúde).

Texto Anterior: Suspeitos de tortura não serão revelados
Próximo Texto: Câmara arquiva CPI criada por 'rebeldes' para pressionar Pitta
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.