São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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Cresce intercâmbio comercial do Chile

Para governo, 96 foi positivo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Apesar de ser responsável por apenas 0,3% do intercâmbio mundial de produtos e serviços, o Chile termina 96 ligado aos maiores blocos comerciais do mundo, além de exibir a economia com menos problemas na América Latina.
Um ajuste antinflacionário, iniciado há dois anos, poderia prolongar seus efeitos até o início de 97, mas segundo uma fonte governamental, os indicadores nacionais são bons e mostram que a recessão não foi tão forte quanto se previa.
O Produto Interno Bruto (PIB, a medida de tudo que o país produz em um ano) deve crescer cerca de 6,7% em 96 (muito acima do que a média regional); a inflação será de 6,5% e o desemprego, de 6,2%.
Os salários tiveram crescimento real de 5%; os investimentos em poupança dão saltos e batem recordes, enquanto o superávit fiscal equivale a 4% do PIB, segundo o ministro da Fazenda, Eduardo Aninat. "Durmo tranquilo", diz.
Pioneirismo
O Chile se vangloria de ser o pioneiro na América Latina na implementação de reformas econômicas, enquanto outros países estavam a meio caminho desse esforço, comentou o ministro.
Ainda segundo Aninat, isso ocorreu porque o país tem um consenso político (de direita e esquerda) a respeito desse modelo econômico.
O Chile é o único país a fazer parte do Fórum de Cooperação Econômica Ásia/Pacífico, que possibilita o intercâmbio econômico entre as maiores potências industriais e financeiras do mundo.
Durante a Conferência de Cingapura, realizada no início deste mês, o país apresentou um tratado de cooperação econômica com o Canadá, que deve entrar em vigor a partir de junho de 1997. O novo tratado deverá reduzir as taxas aduaneiras entre os países em até 80%. Com isso, o intercâmbio entre os dois países deve crescer cerca de 25% em 97, somando mais de US$ 7 bilhões.
Novo sócio
A negociação para que o Chile se converta no quarto sócio formal do Tratado de Livre Comércio na América do Norte (Nafta), integrado pelos Estados Unidos, Canadá e México, deixou de ser urgente, segundo um comunicado do governo chileno.
Após o entendimento com o Canadá, deverá ser aprofundado em 97 o acordo de liberação comercial com o México. Esse acordo, já em vigor há quatro anos, duplicou o intercâmbio comercial entre os dois países.
Segundo avalia o governo, o Chile encerra 96 com passos decisivos para estabelecer maiores vínculos econômicos com a Comunidade Econômica Européia, incluindo a transferência de tecnologia.
O acordo para que essa associação com a União Européia -responsável pela compra de 27% das exportações chilenas- se torne mais efetiva depende apenas da aprovação do Congresso.

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