São Paulo, sexta-feira, 27 de dezembro de 1996
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Premiê japonês critica Uruguai

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro do Japão, Ryutaro Hashimoto, criticou ontem a suposta negociação do Uruguai com os guerrilheiros do MRTA (Movimento Revolucionário Tupac Amaru).
"O governo do Uruguai explicou que não há qualquer ligação entre os dois fatos (a libertação do embaixador uruguaio, Tabaré Bocalandro Yapeyú, e a libertação de dois membros do MRTA pela Justiça do Uruguai)", afirmou.
"Não sei se isso é verdade ou não, mas em todo caso tornou a solução da crise ainda mais difícil. Nós não devemos nos render ao terrorismo", disse Hashimoto.
O porta-voz do governo japonês, Seiroku Kajiyama, se negou a comentar se havia um desentendimento sobre a libertação do embaixador uruguaio.
"Eu não vou comentar imediatamente sobre qualquer hipótese ou se houve ou não um desentendimento entre países interessados na libertação do embaixador do Uruguai", afirmou Kajiyama.
Autoridades do Ministério das Relações Exteriores do Japão disseram ontem que o premiê deve cancelar uma viagem que faria em janeiro próximo. O possível cancelamento é sinal de que a crise dos reféns no Peru deve se estender.
Argentina
O presidente da Argentina, Carlos Menem, manifestou ontem seu mal-estar com a suposta negociação do governo uruguaio.
Segundo agências de notícias argentinas, Menem disse: "Muito mal Uruguai, muito mal Uruguai", ao se referir aos últimos acontecimentos. O diplomata argentino no Peru Ibáñez Echeverría continua entre os reféns dos guerrilheiros do MRTA.
O ministro da Relações Exteriores argentino, Guido Di Tella, afirmou ontem que os países que têm cidadãos entre os reféns do MRTA devem "respeitar plenamente a preferência do governo peruano de negociar".
Bolívia
O governo da Bolívia afirmou ontem que não vai libertar de forma independente nenhum dos quatro membros do MRTA que estão presos no país.
Segundo o porta-voz do governo, Mauricio Balcázar, o país não "libertará de forma inconsulta e unilateral os quatro guerrilheiros do MRTA que estão presos no território com o propósito de liberar o embaixador boliviano no Peru, Jorge Gumucio".

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