São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996
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Réveillon 'mica' e mulheres improvisam

PAULO SAMPAIO
DA REPORTAGEM LOCAL

Era uma vez um réveillon que tinha tudo para estourar e acabou gorando. Quatro mulheres bem-humoradas contam qual a sensação de "micar" na hora em que todo mundo solta fogos.
"O réveillon mais estranho da minha vida (1990-1991) 'micou' de uma hora para outra", lembra a animadora de circo Rita Luz, 43.
"Eu tinha combinado de passar a meia-noite na praia de Copacabana, com meu marido, minha filha pequena e uns amigos, mas acabei me perdendo deles."
"A gente saiu do Leblon em três grupos", conta ela. "Na hora da distribuição das pessoas nos carros, eu me separei deles e não os encontrei mais."
Assim que chegou em Copacabana no carro de um grupo de paulistas, Rita procurou pelo marido e a filha, mas não achou.
"Quando vi que era um caso perdido, me separei dos paulistas (que eu mal conhecia) e desci para areia", lembra.
"Encontrei um antigo amigo sozinho e, como estava solteira, namorei um pouquinho ele", conta.
"Saímos dali para beber chopinho em um bar do Leblon e acabamos dormindo juntos."
Ossos de frango
A relações-públicas Adriana Almeida, 23, também passou na areia o pior réveillon da vida dela.
Adriana dormiu ao lado de uma fogueira quase apagada, na praia de Juqueí (litoral norte), com um grupo de pessoas que mal conhecia. Ela passou a meia-noite no carro, procurando uma festa que tinha acabado quando ela chegou.
"Encontramos uns pedaços de ossos de frango em cima de uma mesa toda suja, rodeada de gente dormindo pelos cantos", diz.
A conexão entre Adriana e o grupo de desconhecidos era uma amiga, que, para piorar, parecia se divertir bastante.
"Eu nem podia falar nada porque ela e o resto do pessoal estavam adorando o programa", lembra. (leia depoimento ao lado)
Ao contrário de Adriana, que ficou até o fim com os amigos da amiga, a modelo Dalma Callado, 39, separou-se às 23h50 de um grupo de turistas que dançavam cancã em um hotel com vista para o rio Nilo, no Egito, no réveillon de 94 para 95.
"Eu fugi", ela conta. "Quando vi que teria de passar a virada do ano ouvindo aquela música, no 15º andar de um hotel, olhando o Nilo pela janela, fui embora."
Dalma desceu até a beira do rio. O namorado foi atrás dela, e os dois resolveram alugar um barco à vela (que normalmente só se aluga durante o dia).
"Passamos a meia-noite negociando com o cara do barquinho, mas em compensação navegamos até o dia amanhecer", lembra Dalma. "Se eu pudesse, nunca mais veria aquele grupo."
Namorado fujão
Diferente de Dalma, que fugiu e foi seguida pelo namorado, a empresária Regina Sedeh, 36, se recusou a seguir o namorado fujão.
"Eu morava em Paris em 1981 e tinha um namorado argentino, que foi para a Polônia na última hora, sem me avisar", lembra.
"Não contava com aquele sumiço, e por isso não me programei com meus amigos brasileiros."
Quando Regina se deu conta, não havia mais ninguém conhecido em Paris. "Uma parte do pessoal foi para a Espanha, outra para o interior da França e um terceiro grupo passou em Londres", diz.
Regina radicalizou. "Só para ser diferente, viajei para a Hungria", lembra. "Passei o réveillon em uma casa de família porque não tinha hotel reservado e estava sem dinheiro. Uma penitência."

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