São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 1996
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Chocólatras cultivam vício

DA REPORTAGEM LOCAL

Ao contrário de outros tipos de vício, o provocado pelo chocolate parece não ter em seu imaginário a vergonha e o sofrimento. Para um "chocólatra", imerso em sua droga gelada, derretida ou enfeitada, há alegria e deboche.
"Há duas maneiras para saber se você terá um dia ruim. A primeira quando seu irmão gêmeo esquece seu aniversário. A segunda, quando falta chocolate", avisa um dos vários grupos espalhados entre a América, Austrália e Japão -se comunicando com o mundo sempre por computadores- para explicar a adoração pelo produto.
Nesse espírito, os australianos do Chocoholics Anon (chocólatras anônimos) são exemplares na idéia de que qualquer coisa, hoje, pode se transformar em uma subcultura. Eles não evitam o vício, mas o cultivam.
Para eles, essa "substância marrom que traz o sorriso para o rosto de todos" pode ser consumida não apenas em seu formato ideal -derretendo na boca do consumidor-, mas por meio da história do produto, humor ligado ao tema, bandas de rock que têm chocolate no nome e, claro, fotos.
A lista fornecida no site dos chocólatras anônimos beira a obscenidade: bolo de chocolate com abacaxi, trufas tropicais, chocolate com bolo de iogurte e, a grande ousadia, bolo de chocolate com cogumelos de marshmalow.
A novidade entre os membros do Chocoholic.com (americanos) é oferecer sempre "a receita do mês", ensinando até como fazer um frango assado com chocolate.
Outra atração são as palavras cruzadas. "Qual o primeiro nome do fundador da companhia Ghiardelli de chocolates?" "Que famoso general do século 18 levava chocolate para as batalhas?" Quem acertar ganha uma caixa de Boehms.

Chocolics Anon: http://www.monash.edu.au
Chocoholic.com: http://www. chocoholic.com

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